Com o valor do barril de petróleo ultrapassando US$ 130, o governo quer fechar plano de socorro ao preço dos combustíveis ainda nesta semana. O plano debatido dentro do governo é utilizar dividendos vindos da Petrobras para um subsídio de curto prazo, de cerca de três meses, com custo abaixo de R$ 40 bilhões. As estimativas da XP Investimentos é de que, caso o programa temporário seja implementado, o total da conta seria de R$ 12 bilhões mensais.
A Projeção da corretora de valores considerou a defasagem atual dos preços dos combustíveis em relação ao valor internacional, com cálculos feitos a partir de uma compensação para a Petrobras e os importadores de R$ 0,3 bilhões a cada 1% de defasagem.
Desta forma, supondo que o governo compense uma defasagem de 40%, chega-se a esses R$ 12 bilhões. O debate em torno de subsidiar o diesel, a gasolina e o GLP está na ordem do dia há algumas semanas e ganhou urgência com os reajustes do barril de petróleo a partir da guerra da Ucrânia.
Há resistências na área econômica do governo, mas no Planalto a saída é vista como a única chance de evitar que o litro da gasolina ultrapasse R$ 10, com impactos imediatos na aprovação do governo.
Outra preocupação que ronda o setor é o desabastecimento. Pequenos importadores de petróleo no Brasil não compram o produto desde janeiro, por conta da alta dos preços. A Petrobras não reajusta o valor dos combustíveis há mais de 50 dias e seus estoques já estão terminando. A importação ocorrerá com novos preços internacionais, ou seja, US$ 130 o barril, depois que o secretário de Estado dos Estados Unidos anunciou que estão em estudo bloqueios ao mercado de petróleo russo.