Otimismo, porém cauteloso

XP sobe projeção para o Ibovespa para 155 mil pontos

Para os estrategistas da XP, ainda há motivos para ser otimista, com o cenário global dando sinais de melhora e o Fed indicando corte de juros

Ibovespa
Foto: Divulgação

A XP subiu a projeção para o Ibovespa nos próximos doze meses de 147 mil pontos para 155 mil pontos, o que corresponde a um potencial de alta de 14% em relação ao fechamento de agosto.

A equipe da casa questiona, após a forte alta da Bolsa brasileira nos últimos dois meses, uma leve revisão para baixo do lucro por ação pelo consenso e as expectativas de um ciclo de alta de juros, até onde essa valorização pode ir.

Para os estrategistas Fernando Ferreira, Jennie Li, Júlia Aquino e Felipe Veiga, ainda há motivos para ser otimista, já que o cenário global tem dados sinais de melhora com o Fed (Federal Reserve) provavelmente cortando juros em breve, mas mantém uma posição mais cautelosa em suas carteiras de ações.

O grupo segue mais concentrado em setores que se beneficiam de ciclos de alta de juros, como Financeiro, Elétricas e Saneamento e Petróleo, Gás e Petroquímicos.

Sobre agosto, a XP destacou que houve um início de mês turbulento com o Brasil saindo ileso. Na medida em que os mercados se recuperaram em agosto e o Fed indicou juros mais baixos adiante, os fluxos estrangeiros voltaram.

“Em agosto, o fluxo estrangeiro na Bolsa foi positivo em R$ 9,7 bilhões. Com isso, a Bolsa obteve sua melhor performance mensal em 2024, com o Ibovespa subindo 6,5% em reais e dólares e recuperando as perdas do primeiro semestre. Setorialmente, com a queda nas taxas de longo prazo, vimos uma recuperação de papéis mais cíclicos como Construção Civil e Varejo”, avaliaram os estrategistas.

Olhando para frente, fatores específicos são os principais determinantes dos retornos próximos as eleições nos EUA.

A XP ressalta que dados históricos não sugerem um impacto grande das eleições americanas na Bolsa brasileira sendo que, na realidade, eventos específicos, como a Crise de 2008 e a Covid, foram fatores que influenciaram mais o movimento dos mercados durante os períodos eleitorais.

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Olhando o cenário doméstico, até agora, a expectativa de taxas mais altas no Brasil não impactou o rali nas ações brasileiras, já que o ciclo projetado deve ser curto (estimativa da XP de alta de 150 pontos-base) e os juros de longo prazo caíram recentemente.

Mas, daqui adiante, a questão é como isso pode afetar os fluxos para a Bolsa, aponta, com a questão sobre se os fluxos estrangeiros continuarão com a queda de juros nos EUA e se os investidores domésticos vão sair da Renda Variável em meio à taxas de juros domésticas mais altas, como já foi visto em agosto.

JP Morgan vê Ibovespa aos 143 mil pontos no fim de 2024

Após o Ibovespa fechar em nível recorde pela terceira sessão seguida, na quarta-feira (21), o JP Morgan revisou sua estimativa para o índice. Considerando os níveis atuais, o banco americano vê o Ibovesoa aos 143 mil pontos no final de 2024.

Para o JP Morgan, a depender dos cenários, o índice pode chegar a um patamar mais alto do que os 143 mil, superando inclusive aos 160 mil pontos.

  • O banco americano incorporou as seguintes alterações às suas premissas:
  • PIB esperado para o ano fiscal de 2024 em 2,9%, acima dos 2,2% em junho.
  • Câmbio: a previsão para o dólar em 2024 foi revisada de R$ 5,10 para R$ 5,20
  • Múltiplo de P/L, ou preço sobre lucro, para 8,4 vezes, ante 7,6 vezes em junho.
  • IPCA: a inflação foi revisada de 4% para 4,2%.
  • Lucros: o consenso de crescimento dos lucros para 12 meses é de 18%, abaixo dos 25% em junho.