Credit Suisse e Itaú também alertatam

XP teria avisado a CVM sobre negociações suspeitas da Americanas

Os ex-diretores da varejista são acusados de insider trading e manipulação de mercado

Americanas/Reprodução
Americanas/Reprodução

A Operação Disclosure, conduzida pela Polícia Federal nesta quinta-feira (4), teve como alvo ex-diretores da Americanas acusados de insider trading e manipulação de mercado. 

Os executivos já são acusados de uma fraude contábil de mais de R$ 25 bilhões na varejista.

A decisão judicial que autorizou os mandados, solicitada pelo MPF, esclarece a origem dos alertas à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que estão documentados em um inquérito aberto pela autarquia em janeiro de 2023. 

A XP informou o regulador sobre movimentações suspeitas com as ações da Americanas e questionou a própria empresa sobre essas transações. 

O Credit Suisse também comunicou sobre operações atípicas realizadas pela Clave Gestora de Recursos com os ativos da Americanas.

Além disso, a Itaú Corretora notificou a CVM sobre operações suspeitas realizadas por alguns diretores e ex-diretores da Americanas.

Os alertas feitos por corretoras e bancos são exigidos por lei para prevenir manipulação de mercado, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e outros crimes financeiros. 

XP, Credit Suisse e Itaú seguiram o protocolo obrigatório para instituições que intermediaram transações financeiras. 

No caso da Clave Gestora de Recursos, que não estava relacionada à Americanas como os ex-diretores, a empresa é uma gestora de investimentos que negocia ativos no mercado brasileiro, incluindo ações.

Relembre escândalo da Americanas

A fraude contábil e rombo fiscal da Americanas (AMER3) foi revelado no inicio de 2023, quando a recém-nomeada diretora da empresa expôs o caso. 

A notícia teve impacto quase instantâneo no mercado. Somente um pregão foi necessário para derreter os papéis das varejistas: Na véspera do anúncio, as ações da empresa eram negociadas na casa de 12 reais. Na quinta-feira o papel fechou cotado a 0,40 real.

Posteriormente, a empresa, que tem como acionistas de referência o trio de bilionários fundadores da 3G Capital — Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira — acusou Gutierrez e outros ex-funcionários da empresa de cometerem fraude.