Nota da Moody's

XP vê cenário desafiador no Brasil, mesmo com elevação de rating

A perspectiva positiva da Moody's seria condicionada ao compromisso do governo com as metas fiscais e gastos públicos, na análise da XP Investimentos

Foto: Pexels
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Mesmo com a nova classificação de risco para o Brasil pela Moody’s de ‘Ba2’ para ‘Ba1’, o cenário segue desafiador e seria necessário uma mudança estrutural nas contas públicas, de acordo com análise da XP Investimentos.

Rodolfo Margato, Tiago Sbardelotto, Camilla Dolle e Mayra Rodrigues, analistas da XP, destacaram em relatório que a estabilização da dívida pública requer esforços adicionais para melhorar o resultado fiscal primário.

A decisão da Moody’s mencionou o tema. A agência afirmou que a credibilidade do arcabouço fiscal brasileiro ainda é moderada, segundo o “InfoMoney”.

Apesar disso, para a agência, a conformidade com o arcabouço fiscal já seria suficiente para estabilização da dívida pública em torno de 82% do PIB.

No entanto, a XP avaliou que seria necessário um superávit primário de pelo menos 1,2% no PIB para que o nível projetado para 2025 se estabilizasse. O que torna ainda o cenário desafiador, para os analistas.

Para a Casa, mesmo com um crescimento potencial mais elevado, não há previsão de estabilização da dívida no cenário-base. De acordo com a projeção, que considera um crescimento potencial do PIB de 2,0%, uma taxa de juros real de 5,2% e um déficit fiscal primário médio de 0,1% do PIB entre 2024 e 2032, a relação entre a dívida bruta do governo e o PIB deve seguir em ritmo de crescimento, chegando a cerca de 94% até 2032.

Mesmo com uma elevação potencial de 2,5%, a dívida pública ainda subiria a aproximadamente 87,5% do PIB no mesmo período.

“A agência de classificação de risco espera que os resultados fiscais primários melhorem gradualmente, em linha com as metas oficiais nos próximos 2-3 anos, considerando um crescimento econômico constante e os esforços do governo para aumentar as receitas e reduzir os gastos”, destacou a XP em relatório.

Dessa forma, a perspectiva positiva da Moody’s ainda seria condicionada ao compromisso do governo com as metas fiscais e medidas para conter o aumentos dos gastos obrigatórios.

Cemig (CMIG4) deve seguir com ‘forte pagamento de dividendos’, diz XP

Após o roadshow da Cemig (CMIG4) no Rio de Janeiro, os analistas da XP apontaram que a companhia elétrica passou uma visão otimista, “reforçando a trajetória por meio da excelência operacional, disciplina de capital e forte pagamento de dividendos”.

A informação, obtida pelo “Suno”, sinalizou que, no negócio de distribuição da Cemig (CMIG4), o agressivo plano de Capex está sendo implementado e seus resultados devem assegurar um impacto positivo nos resultados futuros da companhia, através de menores opex e maiores receitas.

“Na geração, uma solução para suas concessões vencidas é uma situação desafiadora, sendo uma possível renovação da concessão a melhor opção. Os mercados de energia estão voláteis devido à recente hidrologia, mas a Cemig conseguiu fechar sua posição e eliminar qualquer exposição potencial”, afirmou a casa.

Com isso, a empresa espera que o equilíbrio entre oferta e demanda possa ser alcançado antes do esperado (2030).