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XP (XPBR31): fundo é suspenso após uso indevido de marcas de clubes

Segundo a Justiça, material publicitário usou conteúdo "inverídico e distorcido"

A Justiça do Rio de Janeiro determinou que a XP (XPBR31) suspendesse a captação do fundo de investimento, da ordem de R$ 800 milhões, que dará acesso aos direitos comerciais do futebol brasileiro. As informações são da coluna de Lauro Jardim, do jornal “O Globo”.

A decisão do juiz Paulo Assed Estefan aponta que o material publicitário sobre o produto elaborado pela gestora em parceria com a Life Capital Partners usou conteúdo “inverídico e distorcido”, em prejuízo ao consumidor. E cita ainda que traz informação enganosa ao afirmar que os recursos serão direcionados a uma liga encarregada de organizar o Brasileirão. 

A propaganda usa as marcas de clubes nacionais que não concordaram com o produto. A ideia do fundo é captar valor no mercado para investir em times da Liga Futebol Forte (LFF) e aos times geridos por SAFs. Mas as equipes que integram a Libra, outra liga do futebol brasileiro, não fazem parte da iniciativa.

O juiz determinou que a XP interrompa a captação até que todo o material publicitário seja refeito. O magistrado também vedou a exposição de clubes da Libra em qualquer peça em alusão ao fundo, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

A decisão se dá em uma ação civil pública proposta pela Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Além disso, clubes da Libra acionaram CVM e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça, para que tomem providências acerca do produto. As entidades já notificaram a corretora para prestar informações.

XP e BTG (BPAC11) fazem “duelo de bilhões” no futebol

A XP e o BTG Pactual (BPAC11) são protagonistas em uma disputa bilionária pela criação de uma liga para organizar o futebol brasileiro. De um lado, o BTG, junto com o Codajáras Sports Capital, atraiu um investimento de R$ 4,75 bilhões do Mubadala Capital para a Liga do Futebol Brasileiro (Libra). Sendo que a proposta envolve uma fatia de 20% da liga a ser criada, por um prazo de 50 anos.

Em termos parecidos, a XP trouxe um investimento de R$ 4,85 bilhões de um consórcio da gestora brasileira Life Capital Partners (LCP) e do fundo americano Serengeti Asset Management, para a LFF.

Os dois representantes já buscam alternativas para vencer a disputa. O Mubadala já se movimentou e apresentou uma nova proposta, adicionando um valor de R$ 2,4  bilhões a mais por 12,5% das receitas de um bloco comercial, e não de uma liga, para negociar as cotas de transmissão.

Anteriormente, em negociação que envolveu o bloco da LFF, o fundo flexibilizou questões como o aporte total atrelado à adesão dos 40 clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro. Nesse intervalo, aceitou pagar R$ 4 bilhões caso os 18 times que se alinharam à Libra aceitassem o acordo.  Agora, o grupo definiiu que o bloco será criado a partir da adesão de quatro grandes times: Flamengo, Corinthians, Palmeiras e São Paulo.

No entanto, se comprometeu a antecipar R$ 3 milhões para cada time, incluindo aqueles além do quarteto, na assinatura do contrato, prevista para o fim deste mês.