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XP (XPBR31) lança fundo de R$ 800 mi para investimento em futebol

Segundo CEO da XP Asset, fundo vai democratizar o acesso aos investimentos em futebol, hoje restritos a grandes investidores

A parceria entre a XP (XPBR31) e a Life Capital Partners (LCP) para viabilizar uma liga própria de times de futebol no Brasil começa a dar frutos. As duas companhias anunciaram um fundo para captar R$ 800 milhões e investir nos direitos comerciais e de transmissão do Campeonato Brasileiro a partir de 2025.

A iniciativa inédita quer surfar em um movimento global de profissionalização do esporte e de crescimento de receitas de eventos esportivos nos últimos anos, principalmente com direitos de transmissão e de publicidade. A mudança envolve não só o futebol, como a Copa do Mundo e os campeonatos europeus transmitidos para cada vez mais pessoas, mas também a Fórmula 1 e outros esportes que têm conseguido se beneficiar desse amadurecimento do mercado. Fenômeno que, no Brasil, abre muitas avenidas de negócios.

Segundo Bruno Castro, CEO da XP Asset, o fundo vai democratizar o acesso aos investimentos em futebol, hoje restritos a grandes investidores, e “criar um ciclo virtuoso para o nosso esporte nacional”. A tese de investimento do fundo leva em conta a perspectiva de aumento da arrecadação com os direitos de transmissão e publicidade do Brasileirão, em grande medida por causa da negociação em bloco dos clubes, organizados em ligas independentes. A tese de investimentos também leva em conta uma maior profissionalização dos clubes e do futebol brasileiro; a capitalização dos clubes, “que tira a pressão de curto prazo e permite negociar melhor com as emissoras”; a fragmentação de direitos de transmissão; e a venda dos direitos no exterior.

Os cotistas que investirem no fundo Sports Media Futebol Brasileiro Advisory terão direito a uma participação nas receitas de publicidade de 26 clubes como Botafogo, Coritiba, Cruzeiro, Internacional, Fluminense, Fortaleza e Vasco, que fazem parte da Liga Forte de Futebol (LFF) e do Grupo União. Outros clubes, como Corinthians, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, São Paulo e Santos, fazem parte de um outro grupo, a Libra.

Os R$ 800 milhões que a XP quer captar servirão para pagar parte dos R$ 2,8 bilhões acordados com a LFF e o Grupo União. Em troca, os cotistas terão uma participação entre 5% e 6% nas receitas geradas pela venda dos direitos do Brasileirão a partir de 2025, além de outras frentes de receita comercial como naming rights, patrocínios e publicidade.

O Sports Media Futebol Brasileiro Advisory será fechado, com prazo de duração de 10 anos (prorrogáveis por mais 2 anos), e voltado para investidores qualificados por uma exigência regulatória. A aplicação mínima será de R$ 10 mil, com taxa de administração de 2% ao ano e de performance de 20% sobre o que exceder o benchmark IPCA+7%. As aplicações no fundo devem começar na próxima semana e vão até o fim do mês.

Menin acusa XP de retaliação por adesão do Atlético-MG à Libra

O empresário Rubens Menin, dono da construtora MRV (MRVE3), está em pé de guerra com a XP Investimentos (XPBR31), a qual acusa de retaliação. Segundo ele, a gestora encerrou prematuramente uma operação financeira corriqueira feita com o Banco Inter, do qual é sócio. As informações são da revista “Veja”.

O motivo que pode explicar o imbróglio envolve uma briga de bilhões pelo controle do futebol brasileiro. De um lado, o BTG Pactual (BPAC11), junto com o Codajáras Sports Capital, atraiu um investimento de R$ 4,75 bilhões do Mubadala Capital para a Liga do Futebol Brasileiro (Libra).

Por sua vez, a XP trouxe um investimento de R$ 4,85 bilhões de um consórcio da gestora brasileira Life Capital Partners (LCP) e do fundo americano Serengeti Asset Management, para a Liga Forte Futebol (LFF).

Menin é um dos empresários por trás da Galo Holding, empresa proprietária do Atlético Mineiro. Recentemente, o clube anunciou sua adesão à Libra.

Questionado sobre o tema, Menin foi enigmático: “Meu avô tinha uma padaria. Toda manhã ele acordava e buscava fazer o melhor pão. E sempre dizia: ‘Não sou eu que escolhe meu cliente. É o cliente que escolhe meu pão. Sempre tenho que cuidar do meu cliente, para ele não comprar em outra padaria’”.