O setor financeiro tem demonstrado bom desempenho nos resultados do segundo trimestre deste ano 2TRI24. Os últimos a reportar seus números foram a XP Inc. (XPBR31) e o BTG Pactual (BTPAC11), e os investidores ficaram animados.
Contudo, no mercado acionário, as apostas tem se dividido, com o lado da XP pendendo para ganhos fortes na sessão desta quarta-feira (14), enquanto o BTG despenca para perdas.
Na avaliação da Ativa Investimentos, os números da XP, acima das expectativas, deixaram o horizonte mais animador, ao passo que o BTG merece atenção, devido a previsibilidade.
“O grande destaque a XP ficou para o segmento de renda fixa, onde a companhia conseguiu capturar receitas tanto na estruturação, quanto na distribuição de produtos de crédito privado. Já o resultado do BTG nesse trimestre vai de encontro as expectativas já positivas, não surpreendendo em nenhum segmento de forma expressiva”, avaliou o analista Pedro Serra.
Porém, Matheus Nascimento, o analista de ações da Levante Corp, tem outra visão para o balanço do BTG, afirmando que foi “muito bom” e dentro das expectativas.
“Acredito que o primeiro trimestre foi muito forte, enquanto este segundo apenas seguiu em linha com as expectativas. Talvez o mercado esperasse números melhores, surpreendentes”, afirmou o especialista.
O crescimento de 20% da carteira de crédito na comparação anual, tanto na frente corporativa como de pequenas e médias empresas, foi o destaque que ajudou o lucro líquido, segundo ele. ]
Conforme o relatório da UBS BB, a XP apresentou um “fator surpresa agradável”, visto que o lucro veio marginalmente melhor que o esperado, com a alta baseada na forte captação líquida no período.
Goldman Sachs vê desafios iguais para XP (XPBR31) e BTG (BPAC11)
Para a analista do Goldman Sachs, Beatriz Abreu, ambas as instituições foram atingidas pelos desafios do próximo trimestre de 2024.
“Precisam passar a prova da concorrência, se os bancos como um todo reduzirem os preços ou se os novos participantes crescerem mais rapidamente do que o esperado. No geral, é possível que ambos mantenham os bons números”, disse ela, de acordo com o “Valor”.
O destaque da analistas para o BTG, foi o crescimento na área de crédito. O portfólio da empresa somou R$ 194,8 bilhões, avanço de 26,7% em 12 meses. Do total, cerca de R$ 23,4 bilhões vieram de pequenas e médias empresas, o que representa um aumento anual de 56,8%.
“Esses números acenam para spreads (diferença entre preços) mais saudáveis e maior diversificação dessa receita, o que dá certa segurança para o investidor”, afirmou Abreu.