FI-Infra

XPIE11: pagamentos de R$ 1 por cota devem se manter apesar de juros

Alta das curvas longas de juros têm impacto o Fundo, que chegou a cair 5,3% na terça (12); cortes na geração de energia também pressionam

XPIE11
Foto: Pixabay

O Fundo de Investimento em Infraestrutura XP Infra II (XPIE11), da XP Asset Management, sofreu forte queda na semana passada. Na terça-feira (12), a cota do fundo caiu 5,3% e, na quarta (13), abriu em queda de 1,5%.

O Fundo possui investimentos em 10 ativos: (i) Sol Maior II Geradora de Energia; (ii) Arteon Z Transmissão e Participações; (iii) Parnaíba Transmissão e Participações5; (iv) Transmissora de Energia Campinas-Itatiba, (v) Apodi Participações; (vi) Transmissoras BRE 1 e BRE 3; (vii) Aliseo Empreendimentos e Participações; (viii) Vila Acre I; (ix) Vila Acre II e (x) Coremas Holding I e II, representando alocação de 91,9% do patrimônio líquido do Fundo.

Ao BP Money, Túlio Machado, responsável pelos fundos de investimentos no setor de infraestrutura da XP Asset, explicou que o principal motivador da queda do Fundo XP Infra II (XPIE11) é a alta dos juros – não só a taxa Selic, mas as chamadas curvas longas.

“O que vem acontecendo, na nossa visão, é um problemas mais macro. Quando há essa abertura de juros, os ativos do nosso mercado de infraestrutura que têm como base as taxas de longo prazo do Tesouro, sofrem”, explicou Túlio.

Em relação ao pagamento de dividendos, Machado destacou que, assim como nos últimos meses, o fundo deve seguir pagando R$ 1 por cota nos meses de novembro e dezembro. “Para 2025, temos até uma previsão de crescimento desses dividendos”, pontuou.

Até o momento, o Fundo realizou a distribuição de R$ 52,41 por cota. Desde janeiro de 2024, as distribuições passaram a ser mensais.

Cortes na geração de energia impactam o XPIE11

Entre os fatores que puxaram o fundo para baixo, esteve o anúncio de redução de 35% nos rendimentos distribuídos este ano pelo fundo Vinci Energia (VIGT11), da Vinci Partners, e de até 81% em 2025.

Túlio Machado explicou, todavia, que os impactos já vem sendo sentidos há algum tempo, devido aos cortes na geração de energia promovidos pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).

“Os projetos de geração de energia do nosso fundo vêm sofrendo com um problema que a indústria de geração como um todo vem sofrendo, que são os cortes, chamados de curtailment. Este ano foi difícil para as nossas geradoras e, em junho, quando isso começou a se acentuar, fomos muito transparentes em nossos relatórios”, disse Túlio, frisando que, apesar disso, o portfólio tem uma proteção em relação a isso.

No relatório mensal de setembro, consta que “desde setembro tem sido possível verificar um indicativo de melhora no curtailment por conta da maior flexibilização dos limites de escoamento impostos pelo ONS e devido à conexão de novas instalações de transmissão”

Em paralelo, a XP Asset anunciou que “medidas judiciais adicionais estão sendo adotadas e, embora contabilmente os impactos estejam sendo provisionados, os ativos seguem sem impacto caixa por ora”.