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Alemanha investirá R$ 65 bi para aliviar custos com energia e inflação

Serão feitos pagamentos adicionais únicos para conter os custos de energia, junto a um sucessor do popular programa “bilhete de 9 euros” para o transporte público nacional 

O governo da Alemanha anunciou, neste domingo (4), que investirá mais de 65 bilhões de euros para aliviar a pressão da inflação e dos altos custos de energia para os consumidores. “Estamos unidos em um momento difícil. Como país, vamos superar”, afirma o chanceler Olaf Scholz, em entrevista coletiva.

Serão feitos pagamentos adicionais únicos para conter os custos de energia, um teto de preço planejado para uma quantidade básica de consumo de energia para famílias e indivíduos, junto a um sucessor do popular programa “bilhete de 9 euros” para o transporte público nacional, que permite viagens ilimitadas em transporte local e regional.

Scholz afirmou que o governo está preparado para ajudar neste momento, “nós levamos essas preocupações muito, muito a sério”, já que ele diz estar ‘muito ciente”, que os alemães estão lutando para lidar com o aumento dos preços. 

O governo alemão anunciou, nas últimas semanas, outras ações para ajudar os consumidores. Entre eles estão pagamentos únicos de 300 euros para trabalhadores e uma redução do imposto sobre o valor agregado do gás, que passou de 19% para 7%. A medida vale até o final de março de 2024.

Gazprom corta gás da Europa por tempo indeterminado

A estatal russa Gazprom anunciou na última sexta-feira (02) que o principal gasoduto da Europa não irá reabrir no sábado (03) conforme o planejado. A empresa alega um novo problema técnico, que foi descoberto durante a manutenção desta semana. 

Segundo a Gazprom, foi detectado um vazamento de óleo na única turbina a gás em funcionamento no gasoduto Nord Stream. A companhia informou que quando o problema for resolvido, os envios de gás serão retomados. Não foi dado nenhum prazo para o retorno.

Estatal russa corta fornecimento de gás para União Europeia

Na quarta-feira (31), a estatal russa Gazprom cortou o fornecimento de gás natural para países da União Europeia por meio do gasoduto Nord Stream. Segundo a empresa a paralisação estava programada para a sexta-feira (02).

O intuito do corte foi fazer a manutenção de uma das centrais de compressão localizada no norte da Alemanha, unidade da Gazprom da qual o combustível fóssil é enviado para os demais países europeus. 
A notícia também foi confirmada pelos operadores dos gasodutos alemães Opel e Nel e pela Rede Europeia dos

Gestores dos Sistemas de Transporte de Gás (Entsog). Ainda, a italiana Eni também emitiu nota sobre o corte no fornecimento, informando que a “Gazprom nos comunicou que, para o dia de hoje, a entrega do volume de gás estará em cerca de 20 milhões de metros cúbicos contra as entregas diárias de cerca de 27 milhões de metros cúbicos efetuadas nos dias anteriores”.

Segundo a ANSA, agência italiana de notícias, os cortes para “manutenção” têm sido frequentes e, para os países europeus, essa é mais uma forma da Rússia pressionar a UE a remover as sanções financeiras provocadas por conta da invasão de Moscou na Ucrânia. Além das paralisações pontuais, a Gazprom está entregando apenas 20% da capacidade via Nord Stream.

Ainda assim, os países do bloco europeu se mantêm firmes nas punições contra os russos, com exceção da Hungria. Na última terça-feira (30), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou que as nações atingiram 80% da meta de estocagem de gás natural para evitar uma crise de abastecimento no inverno no hemisfério norte.

No entanto, os húngaros anunciaram que assinaram um novo contrato com a Gazprom justamente na quarta-feira de cortes.

Segundo o porta-voz do premiê húngaro, o país assinou um contrato para o fornecimento de no máximo cerca de 5,8 milhões de metros cúbicos de gás natural a mais na base diária, acrescentada à quantidade contratual já em andamento.