Após novas restrições em cidades chinesas, nesta quarta-feira (23), para conter o aumento dos casos da Covid-19, as preocupações em relação a fábrica da Apple (AAPL34), a maior de iPhone do mundo, aumentaram.
As restrições à Covid na China, as mais rígidas do mundo, alimentaram o descontentamento generalizado e interromperam a produção de fabricantes, incluindo a Foxconn de Taiwan, o maior fornecedor de iPhone, da Apple.
Em Pequim, shoppings e parques foram fechados e áreas outrora movimentadas da capital pareciam locais fantasmas, já que as autoridades exortavam as pessoas a ficarem em casa.
Xangai proibiu as chegadas recentes de ir a restaurantes e outros locais, e várias cidades impuseram lockdowns localizados no momento em que as infecções se aproximam dos níveis mais altos vistos em abril.
As medidas estão abalando as perspectivas para a segunda maior economia do mundo e diminuindo as esperanças de que a China afrouxe significativamente sua política atípica contra a Covid em breve.
Nesta quarta, cenas publicadas nas redes sociais mostraram trabalhadores da Foxconn derrubando barreiras e brigando com autoridades em trajes de proteção, gritando “nos dê nosso pagamento”. Vários funcionários deixaram a fábrica em decorrência dos controles da Covid.
Os moradores estão cada vez mais fartos de quase três anos de restrições, e o protesto de quarta-feira na fábrica da Foxconn em Zhengzhou ocorre semanas depois que multidões atravessaram barreiras e entraram em confronto com trabalhadores vestidos com roupas de proteção na cidade de Guangzhou, no sul.
iPhone: fábrica dará bônus para funcionários ficarem confinados
A maior fábrica de iPhones do mundo, localizada no centro da China, disse aos funcionários que iria quadruplicar seus bônus, caso os mesmos permaneçam na fábrica, após muitos trabalhores fugirem do confinamento na instalação devido a um surto de Covid.
A fábrica da Foxconn, em Zhengzhou, que emprega mais de 200 mil pessoas, está fechada desde meados de outubro após a detecção de um surto de coronavírus. A empresa garante que realiza testes diários em seus funcionários e os mantém em um círculo fechado.
No entanto, os trabalhadores denunciaram, por meio das suas redes sociais, as más condições de trabalho e medidas sanitárias inadequadas para os trabalhadores não contaminados.
Vídeos que circulam nas redes mostram funcionários da Foxconn fugindo da empresa, até com malas na mão, para voltar para casa a pé e evitar o confinamento decretado em razão da Covid.
De acordo com a empresa, os funcionários receberão um bônus diário de 400 yuanes (R$ 285) por se apresentarem ao trabalho, quatro vezes o subsídio anterior de 100 yuanes por dia.
A Foxconn, que fornece iPhones para a Apple, sediada nos EUA, prometeu fazer mais para ajudar seus funcionários e disse que organizará transporte para levar os funcionários para casa se quiserem sair.