O segundo turno da eleição presidencial na Argentina acontece neste domingo (19). Na disputa estão o atual ministro da economia, Sergio Massa, do partido Unión por la Patria, e o economista ultraliberal Javier Millei do La Libertad Avanza.
No primeiro turno, contrariando as projeções, Massa venceu Milei por 36,69% contra 29,99%. As últimas pesquisas apontam um empate técnico, com leve vantagem para o radical de direita.
Com o País atravessando uma grave crise, a economia pautou o debate entre os candidatos. Enquanto o governista Massa propõe a manutenção de um Estado forte, alcançar o equilíbrio fiscal e cumprir metas acordadas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
Com uma proposta radicalmente liberal, Milei aposta em uma política econômica com o mínimo de interferência do Estado. Ele já declarou que vai extinguir o BRCA (Banco Central Argentino) e pretende adotar medidas para dolarizar a moeda. Além disso, teceu críticas ao Mercosul e ao BRICS, bloco de economias emergentes composto por Brasil, Rússia, índia e China que deve incluir novos países.
Haddad diz que eleição argentina interessa ao Brasil
O Brasil está de olho no que vai acontecer no País vizinho. A Argentina é o terceiro maior parceiro comercial brasileiro, atrás apenas de China e Estados Unidos. Em 2022, o Brasil teve um saldo positivo de US$ 2,2 bilhões na balança comercial com os argentinos.
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Logo após o primeiro turno, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Governo Federal observa “com interesse” a eleição presidencial na Argentina devido à integração do Mercosul, em meio à negociação de um acordo comercial com a União Europeia.
Nós estamos acompanhando com interesse por causa do Mercosul. O Mercosul é muito importante, a Câmara acaba de aprovar a entrada da Bolívia no Mercosul, está no Senado agora. Para nós é importante consolidar uma integração na região, a integração regional é muito importante para o Brasil”, pontuou Haddad aos jornalistas nesta manhã.
O ministro da Fazenda ainda lembrou que o Mercosul está em tratativas para concluir um acordo de livre comércio com a União Europeia.
“Estamos para negociar um acordo com a União Europeia, quanto mais integrados nós tivermos, melhor para sentar à mesa com a União Europeia e fazer um bom acordo para a região”, disse Haddad.
