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Argentina: maior taxa de juros já registrada; implementação de nova cédula

Em abril, o índice de preços ao consumidor chegou a aumentar 108,8% no comparativo anual e a 8,4% ante março

O Banco Central da Argentina (BCRA) colocou em circulação na última segunda-feira (22), uma cédula de 2 mil pesos argentinos. Vale destacar que antes, a nota mais alta do país era de mil pesos.

Desse modo, a implementação da moeda acontece em meio a um cenário de inflação alta na Argentina. Em que segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), em abril, o índice de preços ao consumidor chegou a aumentar 108,8% no comparativo anual e a 8,4% ante março.

Situação inflacionária na Argentina

Sendo assim, o índice de preços do país reportado no mês de abril, coloca o país no topo do ranking dos maiores índices de inflação entre os países integrantes do G20. O grupo é constituído pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.

Até mesmo o principal instrumento utilizado pelos banco centrais para controlar a economia, a chamada taxa de juros, não está conseguindo controlar os preços na Argentina. 

Em março, na última reunião do Banco Central da República Argentina (BCRA), a taxa de juros foi definida em 78% ao ano. Isso significa um aumento de 3 pontos percentuais desde a reunião anterior.  

Implementação de nova cédula

De acordo com o BC argentino, a implementação da nova cédula deve melhorar o funcionamento dos caixas eletrônicos. Além de otimizar a transferência de dinheiro, à medida que avança o processo de digitalização dos pagamentos.

Em comunicado, o BCRA detalhou que a  cédula de dois mil pesos tem a imagem do Instituto de Microbiologia de Buenos Aires, da primeira médica argentina, Cecília Grierson, e do primeiro-ministro de Saúde da nação, Ramón Carrillo, em uma homenagem à saúde pública”.

Argentina enfrenta maior seca

Em suma, a situação do país se agrava na crise climática que a Argentina atravessa, um dos maiores exportadores mundiais de grãos. Enfrentando uma das piores secas da história, as safras locais podem render quase um quarto a menos de dólares de exportação nesta temporada em relação ao ciclo anterior, de acordo com a bolsa de grãos de Buenos Aires.

O resultado é um encarecimento ainda maior dos preços dos alimentos, juntamente, uma perspectiva de perdas de dezenas de bilhões de dólares para a economia.

Como forma de conter a crise na Argentina, o governo Alberto Fernández tem lançado mão de medidas de contenção de divisas e estímulos para determinados setores.