O Ministério das Relações Exteriores da China alertou a Argentina sobre cortar relações diplomáticas com Pequim e Brasília, dando um recado direto ao presidente eleito Javier Milei, que disse durante sua campanha que não iria se relacionar com “países comunistas”.
“Seria um grande erro diplomático para a Argentina cortar laços com grandes países como China ou Brasil”, disse Mao Ning, porta-voz da chancelaria chinesa, em entrevista coletiva nesta terça-feira (21).
Ainda segundo Ning, “nenhum país pode cortar relações diplomáticas e ser capaz de manter cooperação e comércio. Além disso, a porta-voz ressaltou as crescentes relações comerciais entre China e Argentina, chamando o país sul-americano de um “importante parceiro comercial”.
“A complementaridade econômica entre os nossos dois países significa que existe um grande potencial de cooperação. A China está disposta a trabalhar com a Argentina para manter as nossas relações num rumo estável”, disse Ning.
Lula estuda mandar Alckmin ou Mauro Vieira para posse de Milei
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu não comparecer à posse do presidente eleito da Argentina, o ultraliberal Javier Milei, marcada para 10 de dezembro, em Buenos Aires.
Lula, entretanto, vai enviar um representante do governo brasileiro. Segundo a coluna de Igor Gadelha do portal Metrópoles, parceiro do BP Money, ele avalia dois possíveis nomes para a missão: o vice-presidente Geraldo Alckmin ou o chanceler Mauro Vieira.
Alckmin, inclusive, já foi escalado pelo presidente para representá-lo na posse de outro presidente de direita: a do liberal Daniel Noboa, no Equador, na quinta-feira (23).
Sem clima
Segundo auxiliares, Lula pretende manter uma relação “de Estado” com o governo Milei, mas avalia que não há clima hoje para comparecer à posse do argentino.
Durante a campanha, o presidente brasileiro foi xingado de “presidiário comunista” e “corrupto” pelo então candidato, que se autointitulou um anarcocapitalista.
Logo após o anúncio da vitória de Milei, Lula foi às redes sociais reconhecer o resultado da eleição argentina. O petista, porém, não citou o presidente eleito nominalmente, nem ligou.
Como noticiou a coluna, o possível telefonema do presidente brasileiro a Milei dependerá da postura adotada pelo argentino em relação a Lula e ao Brasil após a vitória.