O governo da Argentina colocou em circulação na última segunda-feira (28) o novo “dólar soja“, visando incentivar exportações do complexo agroindustrial do país. O decreto 787/2022 permite que os embarques da oleaginosa sejam feitos a uma taxa de câmbio especial de 230 pesos até o dia 31 de dezembro deste ano, data em que a variação da moeda norte-americana deixa de vigorar.
A ideia do governo é atrair US$ 3 bilhões até o dia 31 de dezembro. O objetivo é reforçar as reservas internacionais e evitar a saída de divisas, para cumprir as metas acordadas com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Esta é a terceira versão do dólar soja em 2022. A primeira tentativa, organizada em julho, estabeleceu a cotação de 160 pesos por dólar. Já a segunda, posta em vigor em setembro, ficou em 200 pesos por dólar.
“Enxergamos essa nova condição como uma melhora que, mesmo que temporária, terá impacto direto no preço da soja no mercado interno”, afirmou Gustavo Idígoras, presidente da Câmara da Indústria do Petróleo e do Centro dos Exportadores de Grãos (Ciara-CEC).
“Não nos enganemos, o governo não faz isso para favorecer o campo, mas porque é a única forma que tem de arrecadar dólares”, reiterou Jorge Chemes, presidente das Confederações Rurais Argentinas (CRA), à imprensa da Argentina.
Argentina irá congelar preços de 1.500 itens
Em 11 de novembro, a Argentina anunciou que iria congelar os preços de 1.500 produtos considerados essenciais à população.
A medida tem como objetivo frear os impactos da inflação no país, que deve terminar este ano com índice na casa dos 100%. Tal cenário vem enfraquecendo o governo de Alberto Fernández.
Segundo o Ministério da Economia, o novo programa, chamado “Preços Justos”, que tem a previsão de durar quatro meses, vai ajudar a estabilizar os preços dos produtos em favor do consumidor. Pelas regras do programa, uma parcela dos itens sofrerá aumento de 4% antes do congelamento. Já outra parte iniciará o programa nos valores atuais, podendo sofrer aumentos de até 4% ao mês.
Para evitar o aumento dos preços, o governo da Argentina também criou um aplicativo para que os argentinos possam denunciar aumentos abusivos. Além disso, a população poderá digitalizar o código de barras do item que desrespeitar a nova regra.