A S&P Global reafirmou na última sexta-feira (12) o rating da Argentina em CCC+ e manteve perspectiva estável. Em comunicado, a agência disse que o país concluiu com sucesso uma oferta de troca de dívida local em bônus duais (vinculados ao dólar ou à inflação) que venceriam de junho a setembro de 2023, como forma de diminuir os vencimentos dos bônus em pesos nos próximos três meses.
Ainda, a agência lembrou que a medida é parte da estratégia do ministro da Economia, Sergio Massa, de estabilizar as condições nos mercados financeiros locais – especialmente o câmbio -, enquanto coloca em andamento políticas voltadas para reduzir o déficit fiscal neste ano.
Para a S&P, a operação de gerenciamento de dívida não significou o não pagamento. Por isso, o rating foi reafirmado.
Por sua vez, a perspectiva estável reflete desafios aos desequilíbrios no gerenciamento econômico, em meio a desacordos com a execução política dentro da coalizão governista, antes das eleições de 2023.
Ainda, há espaço fiscal limitado em mercados locais, mesmo que pagamentos da dívida externa estejam garantidos por credores oficiais e com reestruturação da dívida de 2020.
Juros na Argentina chegou a 69,5% ao ano
O juros na Argentina atingiu o patamar de 69,5% ao ano após o Banco Central da República da Argentina (BCRA) elevar a taxa básica em 9,5 pontos percentuais na última quinta-feira (11). Com isso, a taxa de referência Leliq para o prazo de 28 dias foi fixada em 69,5% ao ano, de 60% antes.
O aperto no juros argentino veio antes da divulgação da inflação de julho no país, anunciada também na quinta. Segundo a agência estatal de estatísticas Indec (Instituto Nacional de Estatística e Censos), o índice de preços ao consumidor subiu 7,4% em julho, elevando a taxa de inflação anual para 71% na Argentina.