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Argentina: Sergio Massa assume como "superministro" do país

Massa toma posse como ministro da Economia, Produção e Agricultura

Sergio Massa assumiu, nesta quarta-feira (3), o cargo de ministro da Economia, Produção e Agricultura da Argentina, ganhando o apelido de “superministro”. Com a chegada de Massa no governo, ex-presidente da Câmara dos Deputados, surgiu a dúvida se será iniciada uma nova era na economia do país.  

Investidores têm comemorado a nomeação do político, já que apostam na influência política de Massa para adotar medidas que encontram resistência na coalizão governista que comanda o país.  

Análises sobre a posse do “superministro” 

“A equipe econômica, no geral, parece mais forte que as anteriores da atual administração, com mais experiência. O principal problema será a vontade política de execução, sobretudo das medidas fiscais. E duvidamos que Massa imponha cortes significativos, muito impopulares, sobre a base eleitoral do governo. Sem um ajuste fiscal, nada funcionará”, afirmam Alejo Costa e Sofia Ordonez, economistas do BTG Pactual. 

A inflação do país alcançou seu maior patamar em 30 anos, atingindo 64% em 12 meses até junho, e podendo aumentar para até 90% até o fim de 2022. A taxa de câmbio está em torno de 290 pesos por dólar, estava em 327 antes da indicação de Massa, enquanto o juro básico está em 60%.  

Massa afirmou no Twitter Raúl Rigo como secretário da Fazenda. Rigo deixou o posto junto com o ex-ministro Guzmán. Outro especialista anunciado para um cargo via Twitter é Jorge Damper, que assumirá a subsecretaria de Orçamento, além de Claudia Balestrini que será a subsecretária da Receita Federal. “O objetivo é ordenar e cuidar das contas públicas” afirmou o “superministro” ao divulgar os nomes dos principais assessores.  

“A reação do mercado até agora foi positiva. Os preços dos títulos globais da Argentina, embora ainda muito desvalorizados, tiveram uma recuperação e o fosso observado entre o câmbio paralelo e o oficial diminuiu de 150% para 100%. Ainda elevado, mas bem menor”, afirma o economista do Itaú Unibanco e especialista em Argentina, Juan Barbosa.  

O economista também afirmou, em entrevista ao “NeoFeed”, que o novo ministro ganhou algum tempo, já que as expectativas são de que ele possa “promover os ajustes necessários nas políticas fiscal e monetária”. Barbosa também lembra que Massa não é economista, e sim um político chave e sua nomeação sinaliza “uma trégua na luta interna da coligação governante, um fato positivo”. 

O especialista também destaca que a chegada de Massa ao Ministério da Economia poderá ser “a última oportunidade para melhorar as propostas desse grupo que está muito preocupado com as eleições presidenciais de 2023”. 

“As probabilidades de uma crise maior não são tão baixas e isso está por trás da chegada de Massa ao ministério. Exatamente para evitar o aprofundamento desse cenário e uma crise política”, diz Barbosa. Acrescenta dizendo que há uma urgência em aumentar as reservas internacionais para apoiar qualquer decisão de política cambial. 

“O mais importante, porém, é mudar o regime fiscal. É preciso reduzir o persistente déficit fiscal e a sua monetização porque isso está na raiz da deterioração de preços e de controles de capital, rejeição ao peso e distorções na aplicação de incentivos”, afirma. “Evidentemente, são necessárias reformas estruturais para mobilizar o setor privado na economia e aumentar a produtividade.”, acrescenta.  

Massa viajará aos EUA, onde planeja reuniões com o FMI, Banco Mundial e investidores na terceira semana de agosto. Além de Paris, onde ele deve se encontrar com representantes de credores privados reunidos no Clube de Paris. E ao Catar, para conversar com os fundos soberanos, segundo a Bloomberg.  

 
 

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