A Argentina está sofrendo com uma paralisação nacional de caminhoneiros, que começou nesta quarta-feira (22). De acordo com os sindicatos de transporte da Argentina, o protesto é contra a escassez de diesel e preços excessivos do combustível. Várias estradas do país estão sofrendo com bloqueios, incluindo a estrada entre Buenos Aires e La Plata.
Em nota, o Sindicato Nacional dos Transportadores (UNTRA) afirmou que vai cessar as atividades “com a finalidade de corrigir as ações que o tenham causado em prejuízo do transporte”. A Untra também pediu que seja criada uma medida que faça com que as tarifas sejam proporcionais ao aumento do combustível, que está em falta há semanas.
A paralisação fez com que o ministro de Segurança de Buenos Aires, Sergio Berni, fosse de helicóptero até os manifestantes para pedir o desbloqueio das vias. Com o pedido sendo recusado, a forças de segurança argentinas foram mobilizadas para dispersar o bloqueio.
A Sociedade Rural Argentina denunciou em um comunicado recente “os problemas gerados pelo escasso ou nulo fornecimento de combustível, bem como as sobretaxas que devemos pagar”.
O governo da Argentina garantiu que vai tomar medidas para resolver o problema dos combustíveis.
Há escassez de diesel na Argentina desde abril, mostra levantamento
Em primeiro de junho, a Federação Argentina de Entidades Empresariais de Transportes de Cargas (Fadeeac) apontou que 26% dos caminhoneiros da Argentina que usam diesel já esperavam mais de 12 horas nos postos de combustíveis para conseguir abastecer. Realizada em abril, o estudo continha informações de 43 câmaras de transporte que compõem a Federação, o que representa cerca de 4400 empresas argentinas.
Na época, era esperado que o entrave na Argentina perdurasse por mais um tempo, visto que as previsões apontavam mais aumentos no preço do diesel. A guerra da Ucrânia, a temporada de furacões nos EUA e a alta tradicional no consumo para o segundo semestre por conta do agronegócio eram apontadas como possíveis causas desse aumento.
Recentemente, a Fadeeac publicou em seu Twitter (TWTR34) que existem 21 províncias da Argentina com problemas de abastecimento de combustível, incluindo Buenos Aires.