O clima de tensão causado pelos ataques a embarcações no Mar Vermelho prejudicou o comércio global. Em dezembro de 2023 a atividade registrou queda de 1,3% em relação a novembro, isso ocorreu, segundo o Instituto Kiel, porque os atos ocasionaram mudanças nas rotas feitas pelos navios saídos da Ásia para a Europa.
Agora, para evitar a região e manter as atividades do comércio global, é necessário contornar o continente africano. De acordo com apuração do Valor Econômico, o número de contêineres transportados pelo Mar Vermelho teve queda em dezembro.
O volume chegou a marca diária de 200 mil, o que representa uma diminuição de 66% em relação à média para o período entre 2017 e 2019. No mês anterior, esse número estava em 500 mil.
A nova rota de transporte passa pelo Cabo da Boa Esperança e, por isso, o tempo médio de viagem cresceu em 20 dias. Para Julian Hinz, diretor do Centro de Pesquisa de Política Comercial e novo chefe do indicador de Comércio de Kiel, essa extensão de tempo pode explicar a queda no comércio da União Europeia (UE) e Alemanha.
Números do comércio global
A UE registrou queda de 2% nas exportações e 3,1% nas importações na relação entre dezembro e novembro. Já na Alemanha esses índices chegaram a, respectivamente, 2% e 1,8%. A estimativa do Kiel é de que esse cenário não afetará os custos e produtos consumidos na Europa, pois, segundo o Instituto, será um impacto menor do que o registrado durante a pandemia de Covid-19.
Em novembro, um cargueiro de 40 pés fazia a rota entre a China e o norte Europeu pelo preço médio de US$ 1,5 mil, no mês seguinte esse valor subiu para US$ 4 mil. Contudo, apesar de ser um acréscimo que impacta o comércio global, o custo ainda não está próximo dos US$ 14 MIL cobrados na pandemia da Covid-19.