O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), órgão colegiado do Banco Central (BC), observa que o sistema financeiro internacional está demonstrando resiliência e se ajustando às recentes turbulências, além de acompanhar a tendência de desinflação em andamento.
Apesar disso, o BC aponta que persistem sinais de vulnerabilidade em áreas específicas. Essas considerações estão presentes na ata da mais recente reunião do Comef, publicada nesta quarta-feira (28).
No que diz respeito aos Estados Unidos, o órgão do BC nota que continua havendo um aumento nas provisões e uma contração do crédito em alguns setores, especialmente aqueles mais sensíveis às taxas de juros. O comitê também destaca a preocupação com a exposição significativa de bancos menores ao mercado imobiliário corporativo, que permanece sob pressão.
Em relação às condições financeiras, houve certo alívio desde a última reunião do Comef em novembro, mas elas ainda são consideradas restritivas. A análise pontua que ainstabilidade nos juros de longo prazo nos EUA continua elevada, enquanto persiste a incerteza sobre a política monetária nas economias avançadas, o crescimento na China e os desdobramentos geopolíticos globais.
“A volatilidade dos juros americanos de longo prazo permanece alta. A incerteza também segue elevada, em particular, sobre a trajetória da política monetária das economias avançadas, sobre o crescimento na China e sobre os impactos dos eventos geopolíticos globais”, conforme publicado na Ata.
Ainda segundo a avaliação do Comef, o cenário global prospectivo “apresenta riscos que podem levar à materialização de cenários de reprecificação de ativos financeiros globais”.
O cenário global apresenta riscos que podem resultar em uma reprecificação dos ativos financeiros globais, de acordo com o colegiado do BC que estabelece diretrizes para a manutenção da estabilidade financeira e a prevenção da materialização do risco sistêmico.
BC aponta razões que mantém incerteza econômica
Entre os fatores que contribuem para a manutenção dos riscos nos preços dos ativos estão a incerteza sobre a duração do período de taxas de juros mais altas, preocupações sobre a sustentabilidade fiscal e a possibilidade de disrupções na oferta decorrentes de conflitos geopolíticos.
O comitê do Banco Central avalia que o Sistema Financeiro Nacional (SFN) tem uma exposição baixa ao risco de taxa de câmbio e uma dependência limitada de financiamento externo.
“Em geral, as economias emergentes têm, até o momento, mostrado resiliência diante do cenário externo adverso, ainda que fatores de vulnerabilidade permaneçam”, avaliou.