O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que não está pressionando o Fed (Federal Reserve) para cortar os juros, mas apenas apontando que os modelos sugerem que uma taxa neutra seria cerca de 1,5 ponto percentual menor.
“Eu não disse ao Fed o que fazer”, afirmou em entrevista à Fox Business, de acordo com o Valor, referindo-se aos comentários feitos no dia anterior sobre como o Banco Central “poderia adotar uma série de cortes nas taxas de juros aqui”.
“O que eu disse foi que, para chegar a uma taxa neutra de juros, isso equivaleria a um corte de aproximadamente 150 pontos-base”, acrescentou.
Reunião com Bessent sobre tarifaço foi cancelada, diz Haddad
A reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que ocorreria nesta quarta-feira (13), foi cancelada. Informação foi dada pelo próprio ministro da Fazenda.
Haddad atribui o cancelamento a uma articulação da extrema-direita norte-americana, disse a Agência Brasil.
“A militância antidiplomática dessas forças de extrema direita que atuam junto à Casa Branca teve conhecimento da minha fala, agiu junto a alguns assessores, e a reunião virtual que seria na quarta-feira foi desmarcada”, declarou o ministro em entrevista à GloboNews nesta segunda-feira (11).
Haddad já havia dito, na semana retrasada, que o secretário dos EUA o procurou para discutir o tarifaço do governo de Donald Trump sobre produtos brasileiros. O encontro primeiramente ocorreria por videoconferência e depois seria estendido para uma conversa presencial.
“A assessoria do secretário Bessent fez contato conosco ontem [quarta-feira, 30] e, finalmente, vai agendar uma segunda conversa. A primeira, como eu havia adiantado, foi em maio, na Califórnia. Haverá agora uma rodada de negociações e vamos levar às autoridades americanas nosso ponto de vista”, disse Haddad no dia 31 de julho.
Haddad afirmou que o cancelamento foi informado por e-mail “um ou dois dias depois” de o próprio secretário de Tesouro dos EUA ter informado a reunião à imprensa. O ministro considera a motivação do cancelamento política, não econômica.