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Biden diz que EUA não apoiam independência de Taiwan

O presidente dos EUA reiterou a posição de não apoio à independência de Taiwan

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterou a posição de não apoio à independência de Taiwan, em resposta às eleições em que os eleitores desafiaram a China, concedendo ao Partido Democrático Progressista seu terceiro mandato consecutivo. Este partido tem buscado limitar a influência de Pequim na região.

“Não apoiamos a independência”, disse Biden aos repórteres no sábado, ao deixar a Casa Branca com destino a Camp David.

A declaração do presidente parece visar amenizar as preocupações da China, que esperava que o atual vice-presidente de Taiwan, Lai Ching-te, não fosse eleito presidente. Lai, que possui laços estreitos com os EUA, derrotou Hou Yu-ih, o candidato oposicionista do Partido Nacionalista, que se comprometeu a expandir o comércio e a diplomacia com a China.

A China há muito reivindica a ilha de Taiwan como seu território, e o presidente chinês, Xi Jinping, advoga pela unificação, recusando-se a descartar uma intervenção militar.

Os Estados Unidos historicamente adotam uma política de ambiguidade estratégica, reconhecendo as reivindicações históricas da China sobre Taiwan, mantendo apenas relações não oficiais com a ilha, ao mesmo tempo em que prometem assistência de defesa. No entanto, as insinuações de Biden de que os EUA interviriam militarmente em caso de invasão chinesa em Taiwan abalaram as relações entre Washington e Pequim.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, destacou que a eleição demonstra a força do “robusto sistema democrático” de Taiwan e reafirmou o compromisso dos EUA com a manutenção da paz e estabilidade no Estreito de Taiwan, buscando a resolução pacífica das diferenças, sem coerção ou pressão.

Ele afirmou que os EUA colaborarão com Lai e todos os líderes partidários em Taiwan para fortalecer a relação não oficial de longa data, em conformidade com a política de Uma Só China dos Estados Unidos.

Taiwan elege presidente considerado ‘encrenqueiro’ pela China

Nas eleições realizadas neste sábado (13) em Taiwan, o atual vice-presidente, William Lai, emergiu como vencedor com 40,5% dos votos, de acordo com a Comissão Central da Eleição. Hou Yu-ih, do Kuomintang (KMT), obteve 33,3%, enquanto Ko Wen-je, do Partido do Povo de Taiwan (PPT), ficou com 26,2%. Lai, conhecido por sua postura antagônica em relação à China e defesa de uma aproximação com os Estados Unidos, é considerado pelo governo chinês como um “encrenqueiro” e “divisionista”.

Lai, médico e atual vice-presidente desde 2020, lidera a coalizão Pan-Verde e promove uma identidade taiwanesa forte e abrangente. Seu adversário mais próximo, Hou You-yi, do KMT, reconheceu a derrota, enquanto o partido buscava melhores laços com Pequim e paz no Estreito de Taiwan.

Lai, do Partido Democrático Progressista (PDP) e favorável à independência da ilha, liderou a apuração para a presidência de Taiwan, com um mandato de quatro anos. A posse está programada para 20 de maio. Antes da votação, Pequim o rotulou como um “sério perigo”. Seus oponentes Hou e Ko, defensores da retomada dos contatos com a China, inicialmente cogitaram uma chapa única, mas não chegaram a um acordo e desistiram em dezembro.

Apesar de Lai tentar afastar-se de declarações anteriores que o descreviam como “um trabalhador pragmático pela independência”, o candidato manteve posições marcadas, como a desconfiança na Constituição da República da China (Taiwan) para negociar com Pequim, divergindo da postura conciliatória da presidente Tsai Ing-wen.

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