A Binance, a maior exchange do mundo, encerrou os negócios na Rússia após vender suas operações no País para a recém-criada exchange de criptomoedas CommEX.
“Ao olharmos para o futuro, reconhecemos que operar na Rússia não é compatível com a estratégia de conformidade da Binance”, escreveu Noah Perlman, diretor de conformidade da Binance, em uma postagem no site da empresa publicada na quarta-feira. A empresa não informou os valores da negociação. As informações são da Bloomberg.
A Binance está sendo investigada pelo Departamento de Justiça dos EUA sob a suspeita de permitir que os russos contornassem sanções e movimentassem dinheiro. A investigação inclui verificar se a Binance ou funcionários da empresa entraram em conflito com as sanções relacionadas à invasão da Ucrânia pela Rússia. Dois executivos encarregados dos negócios na Rússia neste mês disseram que saíram da Binance, somando-se a uma série de saídas de executivos.
A Binance e seu fundador, Changpeng “CZ” Zhao, foram objeto de intenso escrutínio regulatório no ano passado, com a Securities and Exchange Commission (SEC) e a Commodity Futures Trading Commission (CFTC) entrando com ações judiciais contra ambos. A corretora afirma ter mais de 150 milhões de usuários registrados em todo o mundo, embora sua participação no mercado tenha diminuído desde que a CFTC processou a Binance em março.
Pagamentos em criptomoedas, bem como trocas de ativos digitais, são proibidos em território russo. No entanto, os cidadãos e as empresas russas são livres para utilizar plataformas de criptoativos offshore como instrumento de liquidação para transferir fundos para o estrangeiro e receber fundos do estrangeiro.
A CommEx
A CommEX foi lançada na última quinta-feira (21). Conforme consta em seu site, sua controladora, a CommEX Holding, está sediada nas Seychelles. Tanto a Binance quanto a CommEX usam a lei de Hong Kong como regras que regem suas plataformas, de acordo com seus respectivos termos de serviço.
A CommEX está proibida de oferecer serviços nos EUA, na maioria dos países da União Europeia e em outras nações e territórios, incluindo Singapura, Irã, Cuba, Síria, Coreia do Norte e Crimeia, de acordo com seus termos de serviço.
“Nem a Binance nem seus executivos têm ações ou participação nos lucros da CommEX”, disse o porta-voz da Binance, Simon Matthews, em uma mensagem de texto à Bloomberg News.
“Para garantir um processo tranquilo para os usuários russos existentes, o processo de desligamento levará até um ano”, disse a Binance no post. Acrescentou que não “manterá qualquer opção de recompra de ações do negócio” na Rússia.