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Bitcoin rompe recorde histórico com alta impulsionada por ETFs

Bitcoin supera US$ 109 mil com alta de ETFs, regulação e crise fiscal nos EUA. Veja os fatores por trás do novo recorde da criptomoeda

Bitcoin (BTC) dispara após dado de inflação nos EUA
Bitcoin (BTC) dispara após dado de inflação nos EUA/Foto: Canva Pro

O Bitcoin ultrapassou nesta quarta-feira (21) sua máxima histórica, superando os US$ 109 mil, após encerrar o dia anterior com o maior valor de fechamento já registrado: US$ 106.830.

Dessa forma, o movimento reflete uma confluência de fatores estruturais, entre eles o avanço na regulação de criptoativos nos EUA, o acúmulo corporativo, a demanda por ETFs e a deterioração da confiança no dólar.

“Não há um fator único que impulsione o Bitcoin, mas uma confluência de vários fatores, desde estratégias de reserva soberana até ações corporativas como a iniciativa de tesouraria de US$ 8 bilhões da Strive, influxos crescentes de ETFs e incerteza macroeconômica e geopolítica, sem mencionar os sinais regulatórios cada vez mais favoráveis”, explica Guilherme Sacamone, CEO da OKX Brasil.

Paul Howard, diretor da Wincent, afirmou em nota que o fluxo crescente para fundos cripto negociados em bolsa tem sustentado a valorização.

“A demanda institucional é clara e consistente, especialmente nos ETFs à vista”, disse. Somente na segunda-feira (19), esses fundos registraram entrada líquida de US$ 667 milhões, somando US$ 3,3 bilhões em maio, segundo a SoSoValue.

Investidores dos EUA puxam a valorização do Bitcoin com prêmios na Coinbase

O Coinbase Bitcoin Premium Index, que mede a diferença de preço do BTC na Coinbase frente a outras bolsas globais, segue em território positivo.

Isso indica que o ativo está sendo negociado com prêmio nos EUA, refletindo uma pressão compradora concentrada no mercado norte-americano.

Sendo assim, essa valorização ocorre em meio à aprovação, no Senado dos EUA, de uma nova lei sobre stablecoins. Isso reforça o otimismo regulatório e estimula o mercado. Além disso, a queda do dólar frente a moedas globais também impulsiona o BTC como alternativa de proteção de valor.

O volume em aberto de contratos futuros de Bitcoin chegou a US$ 75 bilhões na terça-feira (20), atingindo o maior valor nominal da história. Dados da Deribit apontam que o mercado de opções precifica forte probabilidade de rompimento dos US$ 110 mil ainda neste trimestre.

Crise fiscal dos EUA pressiona o dólar e reforça o apelo do BTC

Segundo relatório recente da Coinbase, o crescimento dos déficits gêmeos dos EUA — fiscal e comercial — e o alto nível de endividamento público estão corroendo a confiança global na moeda americana.

Além disso, a percepção de risco tem contribuído para a valorização do Bitcoin. “A última alta do Bitcoin não é apenas especulativa; ela representa uma mudança na forma como instituições e empresas pensam sobre preservação de capital”, afirmou Guilherme Sacamone, CEO da OKX Brasil.

Ele ainda destacou que “a escassez inerente do Bitcoin, combinada a influxos de ETFs e incertezas macroeconômicas, cria um ambiente favorável para essa nova alta”.

Em suma, empresas também estão participando ativamente da nova fase de valorização. Dessa forma, um exemplo é a iniciativa de tesouraria de US$ 8 bilhões da Strive, citada por Sacamone como parte dos vetores que formam essa tendência de alta sustentada.