A BlackRock, maior gestora do mundo, reduziu sua participação na Enjoei (ENJU3), maior plataforma digital de brechós do país, e na Intelbras (INTB3), fabricante de aparelhos eletrônicos.
De acordo com dados da Bloomberg, a BlackRock vendeu 28.690 ações da Enjoei no último dia 30 de junho. Com a cotação do papel em R$ 1, a gestora agora detém 0,54% das ações em circulação da companhia.
Vale lembrar que a Enjoei estreou na B3, bolsa brasileira, com um valuation de R$ 1,13 bilhão em novembro de 2020, sendo uma das startups pioneiras do país a ter ações listadas. Fundada por Ana Luiza McLaren e Tiê Lima, a empresa chegou a ter uma capitalização de mercado de R$ 2,5 bilhões.
Porém, viu o valor despencar para R$ 563 milhões em 2021, em decorrência do aumento das taxas de juros no país, segundo dados da Bloomberg.
Já a Intelbras realizou um IPO (oferta pública inicial, na sigla em inglês), no qual movimentou R$ 1,3 bilhão em fevereiro de 2021. Atualmente, a companhia tem um market cap de R$ 8 bilhões.
A Intelbras acumula uma desvalorização de quase 60% desde o seu IPO. A BlackRock vendeu 19.998 ações, também em 30 de junho.
Empresas recém-listadas despencam na B3
Assim como a Intelbras, os valuations de empresas recém-listadas na B3 despenceram neste ano. O TC (TRAD3), por exemplo, perdeu mais da metado do valuation que obteve em seu IPO, assim como a GetNinjas que viu suas ações caírem 87% desde o seu IPO em maio de 2021.
Leia também: BlackRock, acionista do Google (GOGL34), é cobrada por transparência em publicidades
Essa desvalorização, aliada a perspectiva de queda adicional têm levado investidores antigos a se desfazerem de posições mesmo na baixa. Assim como a BlackRock com Enjoei e Intelbras, a Monashees, uma das pioneiras da indústria de venture capital na América Latina, vendeu 6% de seu capital na GetNinjas no final de junho.