
A Bolívia e os EUA anunciaram a normalização das relações diplomáticas e a futura troca de embaixadores, marcando o fim de quase duas décadas de distanciamento entre os dois países.
O anúncio foi feito neste sábado (8) pelo novo presidente boliviano, Rodrigo Paz, e pelo subsecretário de Estado norte-americano, Christopher Landau, após reunião em La Paz.
“É inusitado que não tenhamos tido embaixadores. É um passo importante e espero que possamos anunciá-los muito em breve”, afirmou Landau, o diplomata de mais alto escalão a visitar a Bolívia nos últimos anos.
As relações bilaterais foram rompidas em 2008, quando o então presidente Evo Morales expulsou o embaixador dos EUA e a Administração de Repressão às Drogas (DEA), acusando Washington de espionagem.
A Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) também deixou o país na época.
Landau, ex-embaixador dos EUA no México, disse que Washington está disposto a cooperar com o novo governo boliviano em diversas áreas.
“O presidente Paz expressou interesse em manter uma boa relação com os EUA. De forma recíproca, também queremos boas relações e estou certo de que assim o faremos”, afirmou.
Paz, por sua vez, indicou abertura ao retorno da DEA e de outras parcerias internacionais.
“Todas as instituições, não só dos Estados Unidos, mas de países vizinhos que queiram trabalhar com a Bolívia para combater ilícitos, serão bem-vindas”, disse em coletiva conjunta.
Antes de tomar posse, o novo presidente viajou a Washington para buscar apoio de organismos financeiros internacionais e tentar reverter a pior crise econômica do país em quatro décadas.
Durante os governos de Evo Morales (2006–2019) e Luis Arce (2020–2025), a Bolívia aproximou-se da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA), bloco formado por Cuba, Nicarágua e Venezuela.
O país, porém, foi suspenso da aliança após os primeiros sinais de reaproximação com os EUA.