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Bolsas de NY avançam com expectativa de fim de ciclo de altas do Fed

Por volta das 11h20, o índice Dow Jones estava subindo 0,87%

As bolsas de valores de Wall Street começaram a sessão desta quinta-feira (2) com ganhos, impulsionadas por uma série de indicadores que sugerem que o Federal Reserve (Fed) pode ter concluído seu ciclo de aumento de juros. Embora Jerome Powell, o presidente do Fed, tenha mencionado a possibilidade de novos apertos monetários, os rendimentos dos títulos do governo americano caíram ontem e continuaram em queda na manhã de hoje. A publicação de dados econômicos mais fracos no mercado de trabalho hoje cedo aprofundou esse movimento, resultando em um achatamento adicional da curva de juros.

Por volta das 11h20, o índice Dow Jones estava subindo 0,87%, atingindo 33.565,49 pontos, enquanto o S&P 500 apresentava um aumento de 1,13%, alcançando 4.285,64 pontos, e o Nasdaq registrava um ganho de 1,04%, chegando a 13.197,10 pontos.

Na reunião de política monetária ontem, Jerome Powell esclareceu que a ideia de que o Fed não poderá mais aumentar as taxas após duas pausas é incorreta. No entanto, conforme observado por Philip Marey, estrategista sênior do Rabobank, o presidente do Fed não parece muito inclinado a elevar ainda mais as taxas. Marey afirma que a direção futura dependerá dos dados econômicos nas duas próximas leituras antes da reunião de dezembro.

Para Marey, se os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA permanecerem substancialmente acima dos níveis anteriores à reunião de setembro, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) poderá optar por permanecer inativo em dezembro. A evolução da atividade econômica e da inflação subjacente será determinante para as decisões futuras.

Hoje, os dados do mercado de trabalho dos EUA reforçaram a visão de uma pausa nas altas de juros. Os custos unitários de mão de obra caíram 0,8% no terceiro trimestre, contrariando as expectativas de um aumento de 0,7%. Além disso, o número de pedidos iniciais de seguro-desemprego ficou ligeiramente acima do previsto, atingindo 217 mil em vez dos esperados 214 mil.

Esses indicadores levaram à conclusão de que as pressões inflacionárias no mercado de trabalho estão diminuindo, e a inflação caminha para voltar à meta de 2% do Fed no próximo ano. Como resultado, o dólar começou a cair globalmente, e o índice DXY recuou 0,81%, atingindo 106,027 pontos no momento. Além disso, o rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA de dez anos caiu de 4,734% para 4,673%.

Enquanto a decisão do Banco da Inglaterra de manter as taxas de juros é separada, ela reforçou a ideia de que os bancos centrais dos mercados desenvolvidos estão atingindo o limite de aperto monetário.

A queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro pode explicar o bom desempenho dos setores imobiliário e de consumo discricionário na manhã de quinta-feira, uma vez que esses segmentos são particularmente sensíveis ao aumento das taxas de juros.

No cenário das empresas, as ações da Starbucks se destacaram no S&P 500, com uma alta de cerca de 10,61%. Esse aumento se deveu ao crescimento das receitas em 11%, impulsionado por uma demanda mais forte na América do Norte, compensando a desaceleração na China. Os investidores também estão atentos aos resultados da Apple, que serão divulgados após o fechamento do mercado.