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Brasil não parabeniza presidente eleito de Taiwan; saiba motivo 

Brasil não considera Taiwan um país

Após mais de 72h do resultado da eleição presidencial em Taiwan, o Brasil não parabenizou Lai Ching-te, do Partido Democrático Progressista (DPP), pela vitória nas urnas.

Em outras ocasiões, o governo Lula demorou pouco mais de 48h para reconhecer o resultado eleitoral, como aconteceu recentemente em Bangladesh, no Egito e na Argentina.

Apesar da importância de Taiwan para a economia mundial, o reconhecimento brasileiro não deve mesmo acontecer. Isso porque o Brasil entende que Taiwan é parte da China, portanto, não considera a ilha como um país.

A pequena nação asiática tem nos EUA um grande aliado, que a reconhecem como parte da sua estratégia de estancar o crescimento chinês, o que faz com que as tensões militares estejam afloradas.

Embora sejam parceiros comerciais, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterou a posição de não apoio à independência de Taiwan, em resposta às eleições em que os eleitores desafiaram a China, concedendo ao Partido Democrático Progressista seu terceiro mandato consecutivo. Este partido tem buscado limitar a influência de Pequim na região.

Sob tensão

Taiwan vive uma situação bastante delicada no cenário geopolítico mundial. O país é o maior produtor de semicondutores do planeta, itens necessários para basicamente todos os eletrônicos produzidos no mundo, o que torna a nação um importante centro econômico e tecnológico.

Alinhado a isso, a ilha tem uma relação tensa com a China, que não reconhece a sua independência. O tom do vizinho gigante vem aumentando com o passar do tempo. Nos últimos anos, o governo de Xi Jinping intensificou as atividades militares no entorno de Taiwan e ameaças de invasão passaram a ser recorrentes.

Se isso não bastasse, o interesse dos EUA na região torna o contexto político local ainda mais complicado. O presidente e fundador da Anapri (Associação Nacional dos. Profissionais de. Relações Internacionais), Carlos Rifan, explica que os americanos atuam com uma política de “ambiguidade estratégica”, que se equilibra entre conciliar os interesses dos três países.

“É uma abordagem diplomática e de segurança cuidadosamente equilibrada que tem sido fundamental na relação entre os EUA, China e Taiwan. Essa política é projetada para evitar conflitos e manter a estabilidade na região do Estreito de Taiwan”, explicou Rifan ao BP Money.

O especialista esclarece que os Estados Unidos não reconhecem oficialmente Taiwan como um país independente, mas, ao mesmo tempo, mantêm relações não-oficiais, mas significativas com Taiwan, como, por exemplo, no fornecimento de armas para a ilha.

“A ambiguidade estratégica permite aos EUA dissuadir a China de usar a força contra Taiwan, enquanto simultaneamente evita encorajar Taiwan a declarar formalmente a independência. Declarar independência poderia provocar uma resposta militar da China, levando a uma crise regional que os EUA querem evitar”, afirmou Rifan.

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