Um levantamento feito pela Federação Argentina de Entidades Empresariais de Transportes de Cargas (Fadeeac) apontou que 26% dos caminhoneiros da Argentina que usam diesel já esperam mais de 12 horas nos postos de combustíveis para conseguir abastecer. Além disso, o estudo mostrou que 8 províncias argentinas têm pouca ou nenhuma oferta de diesel nos postos de combustíveis. Dessas oito, todas as áreas fazem fronteira com algum vizinho, como Brasil, Chile, Bolívia, Paraguai e Chile.
Realizada em Abril, o estudo contém informações de 43 câmaras de transporte que compõem a Federação, o que representa cerca de 4400 empresas argentinas. Entre os dias 5 e 25 de maio a situação se agravou consideravelmente.
Roberto Guarnieri, o presidente da Fadeeac, acredita que a escassez do combustível se deve à falta de divisas entre os países. De acordo com Guarniei, a Argentina passa por uma escassez há 2 meses e que é um problema causado pela “falta de divisas e pela dificuldade de avançar rapidamente nas políticas que se impõem”. Ele ainda afirmou que centenas de caminhões bolivianos vão buscar o combustível que a Bolívia importa no porto argentino de Campana.
Apesar da situação caótica da Argentina, de acordo com analistas do setor petrolífero, o Brasil apresenta uma situação mais amena e favorável, mas apontam que o governo brasileiro precisa manter o preço alinhado com o mercado para evitar o mesmo problema. Ainda há risco de caminhoneiros entrem em cidades brasileiras perto da fronteira, como Foz do Iguaçu (RJ) e Uruguaiana (RS), em busca do diesel.
É esperado que o entrave na Argentina perdure por mais um tempo, visto que as previsões apontam mais aumentos no preço do diesel. A guerra da Ucrânia, a temporada de furacões nos EUA e a alta tradicional no consumo para o segundo semestre por conta do agronegócio são umas das possíveis causas desse aumento.