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China cogita permitir venda de US$ 200 bi em títulos para estimular economia

Montante anteciparia cota de colocações de títulos de 2023

O ministério das finanças da China avalia a permissão da venda de títulos locais no valor de US$ 200 bilhões, equivalentes a 1,5 trilhão de yuans.

A possível venda programada para o segundo semestre deste ano pode impulsionar um avanço histórico na China. As informações são da “Bloomberg”.

A estratégia do governo chinês visa a antecipação da cota de colocações de títulos de 2023, consequência da constante preocupação acerca de uma possível recessão econômica.

As fontes do plano econômico não foram divulgadas pela “Bloomberg”, após pedido de ocultação por não serem autorizadas a falar publicamente sobre o assunto.

Para ser aprovada, a proposta depende da revisão e aprovação do Conselho de Estado, além da aprovação do Congresso Nacional do Povo, órgão legislativo do país.

Caso o projeto fosse aprovado, a dívida seria usada para quitar gastos com infraestrutura, a fim de impulsionar a economia defasada pelos lockdowns instaurados devido à crise de Covid-19 no país.

Logo, o financiamento alcançado seria somado a 1,1 trilhão de yuans e seria destinado para o estímulo do setor de infraestrutura.
 

Meta econômica pode ser colocada em risco devido a temor na China

A meta do governo chinês para o crescimento anual segue na casa dos 5,5%, número desafiador devido ao atual cenário macroeconômico regulado pelo temor a uma possível recessão.

Nesse sentido, a economista-chefe e chefe de pesquisa para a Ásia-Pacífico no Société Générale, Wei Yao, falou recentemente sobre as tentativas de estímulos.

Para Yao, é evidente que os governos locais precisam de mais dinheiro, mas é necessário que o alerta de um possível abismo fiscal para 2023 permaneça ligado, o que pode acontecer caso as cotas de dívidas do próximo ano sejam antecipadas.

O ministério das finanças da China e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma não responderam imediatamente aos pedidos de comentários realizados pela “Bloomberg”. 

Na China, os governos locais recebem uma cota de quantos títulos podem vender à cada ano. Entretanto, desde 2019, o governo central estabelece as cotas no ano anterior para que as autoridades locais possam iniciar as colocações já em janeiro.