Especialistas projetam uma desaceleração no crescimento econômico da China para o próximo ano, estimando uma taxa de 4,6%, em comparação com a previsão de 5,2% para 2023. Este panorama é influenciado por uma crise no mercado imobiliário e pelo abrandamento do consumo.
Na última pesquisa conduzida pela “Nikkei Asia”, 25 economistas aumentaram em 0,2 pontos percentuais sua previsão para o crescimento do PIB chinês em 2023, em relação ao trimestre anterior. A maioria, 23 dos 25 economistas, espera que o crescimento deste ano se aproxime da meta oficial estabelecida por Pequim, em torno de 5%.
A recuperação do PIB chinês em 2023 foi impulsionada por uma base de comparação fraca do ano anterior, marcado pela pandemia e pela política de “covid zero” implementada por Pequim, que impactou significativamente a economia local. Os economistas mantêm um olhar cauteloso em relação ao próximo ano, dada a probabilidade de novas crises no setor imobiliário.
A S&P Global Ratings prevê um crescimento de 4,6% em 2024, mas alerta sobre um cenário pessimista de 2,9%, dependendo do desdobramento no mercado imobiliário. Eunice Tan, chefe de pesquisa de crédito para a Ásia-Pacífico na S&P Global Ratings, ressaltou que os problemas no setor imobiliário afetam a recuperação econômica da China e impactam negativamente as vendas de propriedades.
Quando questionados sobre os principais desafios econômicos iminentes na China, 13 dos 17 economistas consultados citaram o “mercado imobiliário em desaceleração” e a “confiança do consumidor enfraquecida” como os principais riscos, seguidos pela “insuficiência de medidas políticas”, refletindo crescentes inquietações sobre a capacidade de Pequim de implementar medidas de estímulo eficazes.
A projeção média dos economistas para o crescimento em 2024 é de 4,6%, ligeiramente acima da última previsão realizada em setembro, que apontava para 4,5%.
Exportações crescem 0,5% em novembro e superam projeções
As exportações da China tiveram alta de 0,5%, na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados por Pequim nesta quinta-feira (7).
O resultado superou as projeções dos analistas. A média das estimativas do mercado apontava um recuo de 1,1% no mês passado. Em outubro, as exportações chinesas caíram 6,4%.
O desempenho alcançado em novembro foi o primeiro resultado positivo das exportações chinesas em seis meses.
Ainda segundo os dados divulgados pelo gigante asiático, as importações recuaram 0,6% em novembro, depois do crescimento de 3% em outubro. A expectativa do mercado era a de uma alta de 3,3%.
No mês passado, a China teve superávit comercial de US$ 68,39 bilhões, ante o resultado positivo de US$ 56,53 bilhões registrado em outubro e também acima das estimativas dos analistas (que giravam em torno de US$ 47 bilhões de superávit).