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China diz que protecionismo dos EUA ameaça laços agrícolas

“Não é preciso dizer que o protecionismo é desenfreado, lançando uma sombra sobre a cooperação agrícola entre China e EUA”, afirmou Xie Feng

China e EUA (Reprodução: Kaboompics/pexels)
China e EUA (Reprodução: Kaboompics/pexels)

O protecionismo dos EUA está minando a cooperação agrícola com a China, segundo o embaixador chinês em Washington, que alertou que os agricultores não devem arcar com o preço da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

“Não é preciso dizer que o protecionismo é desenfreado, lançando uma sombra sobre a cooperação agrícola entre China e EUA”, afirmou Xie Feng, de acordo com a transcrição de um discurso publicada pela embaixada chinesa no sábado (23), segundo o MoneyTimes.

Impacto da Guerra Comercial na Agricultura

A agricultura tornou-se um grande ponto de discórdia entre os dois países, já que as superpotências estão envolvidas em uma guerra tarifária iniciada pelo presidente Donald Trump.

Em março, a China impôs taxas de até 15% sobre US$ 21 bilhões em produtos agrícolas e alimentícios norte-americanos, em retaliação às tarifas abrangentes dos EUA. Washington e Pequim estenderam neste mês uma trégua de 90 dias, evitando tarifas de três dígitos sobre os produtos um do outro.

Redução nas Exportações Agrícolas dos EUA

As exportações agrícolas dos EUA para a China recuaram 53% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2024, com queda de 51% na soja, disse Xie em um evento da indústria da soja em Washington, na sexta-feira (22).

“Os agricultores norte-americanos, assim como seus pares chineses, são trabalhadores e humildes”, acrescentou Xie. “A agricultura não deve ser sequestrada pela política, e os agricultores não devem ser obrigados a pagar o preço de uma guerra comercial.”

China investe R$ 5 bi em petróleo da Venezuela e mira 60 mil barris por dia

A China acelera investimentos no setor petrolífero da Venezuela e aplica mais de US$ 1 bilhão para recuperar dois campos estratégicos. Consequentemente, a CCRC (China Concord Resources Corp) projeta alcançar 60 mil barris de petróleo por dia até 2026.

Apesar das sanções internacionais, a empresa privada chinesa atua de forma intensa no país. Além disso, a China compra mais de 90% do petróleo exportado pela Venezuela, reforçando sua presença estratégica.

Antes das sanções de 2019, a CNPC (China National Petroleum Corporation) liderava os investimentos no setor. Portanto, Pequim mantém crédito ao governo venezuelano e fortalece sua aliança com Nicolás Maduro.