As exportações da China superaram as expectativas no mês de julho. O resultado vem à medida que os fabricantes aproveitaram ao máximo a trégua tarifária com os EUA para enviar mercadorias, especialmente para o Sudeste Asiático, antes da imposição de tarifas mais rígidas pelos Estados Unidos, com foco no transbordo.
Operadores e investidores globais estão aguardando para ver se as duas maiores economias do mundo conseguirão chegar a um acordo comercial duradouro até 12 de agosto ou se as cadeias globais de oferta serão novamente abaladas pelo retorno de taxas de importação superiores a 100%.
Novas tarifas e impactos globais
O presidente dos EUA, Donald Trump, está avaliando novas tarifas, incluindo uma taxa de 40% sobre mercadorias redirecionadas para os EUA por meio de centros de trânsito, que entrou em vigor nesta quinta-feira (7). Além disso, segundo o InfoMoney, foi anunciada uma tarifa de 100% sobre chips e produtos farmacêuticos, além de um imposto adicional de 25% sobre mercadorias de países que compram petróleo russo.
As exportações da China cresceram 7,2% em julho em relação ao ano anterior, apontaram dados alfandegários nesta quinta-feira, superando a previsão de crescimento de 5,4% em pesquisa da Reuters e acelerando ante a alta de 5,8% registrada em junho.
As importações avançaram 4,1%, contrariando as expectativas dos economistas de uma contração de 1,0%, e aceleraram em relação ao aumento de 1,1% em junho.
Brasil pode sofrer tarifaço, mas China oferece ‘ombro amigo’
Em meio às tensões provocadas pelas tarifas de 50% anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos brasileiros, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem intensificado esforços para estreitar laços com outras nações. Recentemente, a China liberou 183 empresas do Brasil para exportar café, em um movimento interpretado como uma resposta ao chamado “tarifaço” dos EUA.
Analistas ouvidos pelo BP Money apontaram que esse estreitamento de laços traz algumas oportunidades ao Brasil, como a consolidação de mercados agrícolas e minerais, a diversificação das receitas exportadoras e a atração de investimentos para cadeias sustentáveis ou de baixo carbono — como energia renovável e mineração crítica.
Além disso, Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos, afirmou que o cenário também possibilita o “aproveitamento do deslocamento de fluxos comerciais de terceiros países”, uma vez que mudanças nos fluxos globais podem beneficiar setores brasileiros como soja, carne, madeira e minério.