Mundo

China: economistas veem reabertura ‘lenta e dolorosa’

Surtos de Covid-19 tornam as autoridades da China relutantes em afrouxar as restrições

Os reveses econômicos da China devem se estender em 2023, e para economistas do Nomura, a reabertura “pode ser lenta e dolorosa”, com surtos de Covid-19 que tornam as autoridades do país relutantes em afrouxar as restrições rapidamente, segundo informações da Bloomberg divulgadas nesta terça-feira (22).

A reabertura do país será “prolongada e cara”, e o impulso de demanda reprimida será fraco porque muitas famílias já esgotaram sua poupança, de acordo com economistas do Nomura. Para Hao Hong, economista-chefe do GROW Investment Group, a produtividade é afetada pelos constantes testes em massa.

Em nota, o Nomura disse que prevê crescimento do PIB de 4,3% em 2023, abaixo da estimativa média de 4,9% em uma sondagem da Bloomberg.

Impacto no comércio da China

Segundo a apuração da “Bloomberg”, o impacto nos negócios também pode se intensificar. A fábrica de iPhones da Foxconn em Zhengzhou foi atingida por um surto de covid recentemente, levando centenas de trabalhadores a fugir do complexo a pé. 

Em Pequim, shoppings e parques foram fechados e áreas outrora movimentadas da capital pareciam locais fantasmas, já que as autoridades exortavam as pessoas a ficarem em casa. 

Xangai proibiu as chegadas recentes de ir a restaurantes e outros locais, e várias cidades impuseram lockdowns localizados no momento em que as infecções se aproximam dos níveis mais altos vistos em abril.

Hao, do GROW Investment Group, disse que a reabertura “gradual” causa fadiga na sociedade e testes constantes prejudicaram a produtividade.

“A maioria das pessoas está farta disso, e há casos em que as pessoas estão começando a se recusar a fazer o teste de covid porque é muito árduo”, disse ele em entrevista à “Bloomberg TV”. Os testes podem ser solicitados com frequência diária, dependendo da área de risco.

Na última semana, o Goldman Sachs já havia alertado que o crescimento da China nos primeiros seis meses de 2023 será fraco, antes de acelerar no segundo semestre.

Acesse a versão completa
Sair da versão mobile