Os preços ao consumidor na China caíram pelo segundo mês consecutivo e o temor de deflação nas fábricas aumentou. O dado divulgado nesta quinta-feira (10) ocorre em meio a escalada de tarifas entre o país e os EUA. O aumento dos produtos não exportados pode reduzir ainda mais os preços domésticos,
A segunda maior economia do mundo apresenta instabilidade no primeiro trimestre de 2025. O aumento da atividade industrial e vendas no varejo foram contrabalanceados pela alta do desemprego e pelas pressões deflacionárias, aumentando os pedidos do mercado chines por mais estímulo.
Segundo informações da agência Reuters, o índice de preços ao consumidor caiu 0,1% em março na comparação anual. O recuo em fevereiro foi de 0,7%, contrariando expectativas de analistas que esperavam estabilidade nos preços.
As pressões deflacionárias persistiram no mês passado e quase certamente se aprofundarão nos próximos trimestres, à medida que se torna mais difícil para as empresas chinesas exportarem seu excesso de oferta”, disse Julian Evans-Pritchard, chefe de economia da China na Capital Economics.
Os dados fracos foram divulgados em uma semana turbulenta para a economia global, com os mercados financeiros agitados após a entrada em vigor das tarifas dos EUA contra todos os seus parceiros comerciais.
OMC diz que comércio entre China e EUA pode cair até 80%
A diretora-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Ngozi Okonjo-Iweala, alertou nesta quarta-feira (9) que a escalada das tensões comerciais entre os EUA e a China representa “um risco significativo de uma forte contração do comércio bilateral”.
Segundo Ngozi Okonjo-Iweala, projeções preliminares sugerem que o comércio de mercadorias entre as duas maiores economias do mundo pode ser reduzido em até 80%.
De acordo com a representante da organização, os efeitos macroeconômicos negativos não se limitarão aos dois países, mas se estenderão a outras economias, sobretudo às nações menos desenvolvidas.
“Uma divisão da economia global em dois blocos poderia levar a uma redução de longo prazo do PIB real global em quase 7%”, afirmou, conforme publicado pelo InfoMoney.
“O desvio de comércio continua sendo uma ameaça imediata e urgente, que exige uma resposta global coordenada”, acrescentou.