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Diretora do FMI elogia condução da política monetária do Brasil

Georgieva também pediu aos BCs foco na meta de inflação

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Kristalina Georgieva, expressou elogios à gestão da política monetária realizada pelo Banco Central (BC) do Brasil. Em um texto divulgado no blog da organização internacional nesta segunda-feira (26/2), abordando a pauta do G20, ela enfatizou a importância de os bancos centrais manterem o foco em “finalizar o trabalho” de controlar a inflação e levá-la para a meta estabelecida.

“A resposta firme e antecipada do Brasil ao aumento da inflação durante a pandemia é um bom exemplo de como a agilidade na formulação de políticas pode render frutos. O Banco Central do Brasil foi um dos primeiros bancos centrais a elevar os juros e, em seguida, relaxar a política à medida que a inflação voltava para o intervalo da meta”, escreveu Georgieva.

Georgieva destacou que trazer a inflação de volta aos parâmetros desejados é especialmente crucial para as famílias de baixa renda e para os países em desenvolvimento, que sofrem de forma desproporcional com o aumento dos preços. Ela ressaltou que, dado o persistente núcleo inflacionário em muitas nações e os riscos contínuos de escalada inflacionária, as autoridades devem monitorar de perto a evolução da inflação subjacente e evitar afrouxamentos monetários prematuros ou excessivos.

No que diz respeito às finanças públicas, Georgieva, que estará em São Paulo nesta semana para participar de um fórum econômico, mencionou a reforma tributária aprovada pelo Congresso Nacional no ano anterior como um marco histórico.

Para a autoridade, é fundamental que os países prossigam com avanços significativos para aumentar a receita e eliminar ineficiências. Ela destacou que o Brasil demonstrou liderança nesse aspecto com sua abrangente reforma do Imposto sobre Valor Agregado (IVA). No entanto, salientou que muitos países estão atrasados nesse processo e têm espaço para ampliar sua base tributária, fechar lacunas e aprimorar a administração fiscal. Nesse sentido, Georgieva mencionou que o G20 solicitou o lançamento de uma iniciativa conjunta com o Banco Mundial para auxiliar os países na intensificação da mobilização de recursos domésticos.

FMI: diretora pede à BCs foco na meta de inflação

Georgieva enfatizou a importância de os bancos centrais permanecerem focados em “completar a tarefa” de levar a inflação à meta durante sua intervenção na segunda-feira (26) durante a reunião dos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do G-20, realizada no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Ela destacou a necessidade de uma avaliação criteriosa sobre quando e em que medida os bancos centrais devem considerar a redução das taxas de juros no futuro, a fim de garantir a convergência da inflação para a meta estabelecida.

Georgieva elogiou o Brasil como um exemplo positivo, destacando sua pronta ação ao elevar as taxas de juros para controlar a pressão inflacionária. Além disso, ela destacou a reforma tributária brasileira aprovada em 2023 como um caso de sucesso.

A diretora-gerente do FMI alertou que muitos países estão atrasados nesse aspecto, com margem para expandir suas bases tributárias, fechar lacunas e aprimorar a administração fiscal.

São Paulo está sediando desde ontem as reuniões financeiras do G-20 Brasil, com a participação de ministros das finanças e presidentes dos bancos centrais dos países do grupo. O Brasil assumiu a presidência rotativa do G-20 pela primeira vez em 1.º de dezembro, com um mandato de um ano, e realizará 130 reuniões nas cinco regiões do país ao longo dos próximos 12 meses.