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Dolarização argentina é objetivo de médio prazo, diz economista de Milei 

Após a vitória de Milei, Argentina acompanha ansiosamente a taxa de câmbio

O governo liderado pelo presidente eleito da Argentina, Javier Milei, planeja adotar uma abordagem gradual em relação aos controles cambiais após sua posse em 10 de dezembro, de acordo com um membro influente de sua equipe econômica que se reuniu com banqueiros na sexta-feira (24). Luis Caputo, encarregado da equipe de transição econômica de Milei, compartilhou essa perspectiva durante uma reunião em Buenos Aires, na qual delineou os principais elementos do plano econômico do próximo governo.

Caputo enfatizou a busca por um superávit fiscal até 2024 como um dos objetivos prioritários, revelaram fontes familiarizadas com a conversa, mas que preferiram não se identificar. O encontro, que contou com cerca de 30 participantes, incluindo consultores e funcionários bancários, serviu como uma oportunidade para delinear os rumos da economia sob a liderança de Milei.

Embora um porta-voz do presidente eleito tenha se abstido de comentar sobre o assunto, os relatos sugerem um afastamento de algumas propostas mais radicais originalmente prometidas durante a campanha. Milei parece estar se distanciando de conselheiros que endossaram ideias como a substituição do peso e o fechamento do banco central. Recentemente, figuras-chave associadas a conceitos mais extremos, como Emilio Ocampo e Carlos Rodriguez, anunciaram que não farão parte do novo governo.

Esses movimentos indicam uma postura mais moderada do presidente eleito, o que tem sido bem recebido pelos investidores. A vitória de Milei nas eleições de novembro teve um impacto positivo nos ativos argentinos, e sua atual postura de moderação tem mantido uma tendência positiva nos preços desses ativos.

Um porta-voz da Associação de Bancos Argentinos (Adeba) comentou à Bloomberg News que a reunião foi percebida como muito produtiva e demonstrou uma abordagem favorável ao mercado em relação à dívida do banco central, o que sinaliza uma direção potencialmente positiva para o setor bancário sob o governo de Milei.

Argentina acompanha ansiosamente a taxa de câmbio

Leandro Francisco Diana, um morador de 26 anos de Villa Crespo, um bairro de classe média em Buenos Aires, descreveu sua rotina na terça-feira, 21, após a vitória eleitoral de Javier Milei. Assim que despertou, ele agarrou seu celular, como muitos outros argentinos, ansioso para conferir a cotação do dólar, considerada um indicador crucial para a saúde econômica do país.

Para os argentinos, a relação entre o peso e o dólar se tornou um termômetro vital, especialmente em meio a uma inflação persistente de três dígitos. O impacto direto de uma desvalorização do peso é o aumento do preço dos produtos de consumo diário, o que os mantém alertas para os possíveis impactos da vitória de Milei no valor da moeda. Nos últimos meses, o peso argentino já enfrentou uma queda significativa em relação ao dólar, gerando preocupações entre os cidadãos sobre o futuro econômico do país.

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