Que Elon Musk se tornou um empresário de sucesso ninguém tem dúvida. Mas como foi sua trajetória até se tornar o homem mais rico do mundo? Como o sul-africano transformou US$ 28 mil em US$ 330 bilhões?
Em 1995, Elon Musk chegou a Stanford com cerca de US$ 28 mil emprestados de seu pai. Por lá, fundou sua primeira empresa, a Zip2, que em cerca de 4 anos seria vendida para a Compaq por US$ 307 milhões. O resultado disso? É que, aos 28 anos, ele já tinha cerca de US$ 22 milhões.
Com este valor, investiu US$ 10 milhões na X.com, seu novo projeto. Em resumo, a empresa se propunha a criar um banco online, permitindo transações pela recém-nascida internet.
Após alguns anos de batalha com sua concorrente – a Confinity -, levaram os investidores a demandar um acordo, o que acabou levando a fusão e criação do PayPal. Mesmo não sendo muito bem visto por lá, Elon manteve suas ações, embolsando US$ 165 milhões com a venda do PayPal, a primeira Fintech do mundo, para o Ebay.
Com recurso do Paypal, Elon Musk funda SpaceX e se torna sócio da Tesla
Com o dinheiro que acabara de receber, Musk fundou a SpaceX e, posteriormente, se tornou sócio da Tesla, além de fundar a SolarCity, empresa focada em painéis solares.
A princípio, esses investimentos podem parecer a frente do seu tempo mas, na prática, todos eles estão conectados sob uma ideia ampla, e também maluca.
Musk investiu na Tesla em estágio ainda inicial, levando anos para sequer conseguir lançar um produto viável. Em 2008, a empresa estava à beira da falência, tendo sido resgatada por um investimento de US$ 500 milhões da alemã Daimler-Chysler.
Nos anos seguintes, a Tesla se beneficiaria de legislações favoráveis aos veículos elétricos. Em certo momento, a empresa só conseguia de fato vender seus produtos por conta de subsídios federais.
Tomar risco sempre fez parte da trajetória de Musk, assim como se aproveitar de contratos e legislações favoráveis.
Em meio a pandemia, Musk receberia certos privilégios do governo chinês para operar sua GigaFactory em Shanghai. E suas relações com o governo chinês, melhores do que nunca, começaram a chamar atenção do outro lado do mundo.
Outro fator crucial na sua carreira também ocorreu indiretamente graças ao governo. Desde 2008 o banco central americano, o FED, tem inundado o mercado de recursos e reduzido os juros.
Com isso, ações de empresas de tecnologia dispararam. A Apple, por exemplo, conseguiu crescer US$ 700 milhões por dia em valor de mercado ao longo de 10 anos.
Atualmente, os EUA possuem 18 empresas de tecnologia avaliadas em mais de US$ 100 bilhões, incluindo as duas maiores empresas de Musk (Tesla e SpaceX), e o PayPal, fundado por ele.
Carreira de Musk é repleta de saltos surrealistas
Até 2019, o empresário possuía “apenas” US$ 24 bilhões. Ao final de 2020, veria seu patrimônio saltar para US$ 167 bilhões, e como se fosse pouco, chegaria aos US$ 330 bilhões em 2021.
Na bolsa de valores uma empresa vale o quanto ela pode entregar nos anos seguintes. Se a empresa tem um crescimento previsível, como um banco tradicional ou uma indústria, seu valor de mercado será em torno de 10 vezes o seu lucro, o que significa dizer que os investidores esperam receber em 10 anos o valor que pagaram hoje.
Em certo momento, a Tesla chegou a ser avaliada em US$ 1 trilhão, mais de 700 vezes o seu lucro. Significa que no momento da compra, se a empresa tivesse o mesmo lucro anual para sempre, os investidores levariam 700 anos para receber o valor que pagaram pelas ações.
Neste momento a Tesla é mais lucrativa do que a GM, mesmo entregando 5 vezes menos veículos. Gigantes como a Volkswagen se veem ameaçadas pela empresa. Porém, isso não significa que o crescimento é certo.
E o desafio da Tesla, e do próprio Musk, inclui sobreviver a concorrência de empresas capazes de investir dezenas de vezes mais. A empresa já investe em reutilização de materiais de baterias (raros e custosos), e numa tecnologia de piloto automático muito a frente das concorrentes.
Há quem diga inclusive que a Tesla não é uma empresa do setor automotivo, mas sim uma empresa de energia. A tese não é absurda, já que a empresa incorporou a SolarCity, de painéis solares, e possui uma divisão focada em baterias, algo extremamente útil, assim como os próprios carros elétricos.
Em abril deste ano, Elon Musk negociou a compra do Twitter por US$ 44 bilhões, ou US$ 54,20 por ação. Em seguida, porém, anunciou que a aquisição da rede social estava temporariamente suspensa. Com o impasse, acionistas da empresa resolveram processar o empresário.