O bombardeio dos EUA contra instalações nucleares do Irã injetou novas incertezas nas perspectivas para inflação e atividade econômica. Os receios surgem em uma semana repleta de dados econômicos e discursos de autoridades, incluindo dois dias de depoimentos do chair do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, no Congresso.
As consequências negativas são, até aqui, as mais visíveis: a possibilidade de um aumento nos preços de energia, além da continuidade da hesitação que já domina famílias e empresas, o que pode afetar os gastos. Também crescem as chances de uma resposta do Irã que vá além da região do Golfo.
Como já se espera que a economia dos EUA desacelere sob a pressão das altas tarifas de importação impostas pelo governo Trump, um aumento nos preços do petróleo “poderia exercer uma forte pressão para baixo sobre a capacidade de gastos das famílias… e isso poderia desacelerar o PIB ainda mais”, afirmou Ellen Zentner, economista-chefe do Morgan Stanley, segundo informações do Money Times.
Por outro lado, analistas avaliam a possibilidade de um cenário mais otimista, caso os ataques abram caminho para uma eventual estabilidade na região.
“Prever os acontecimentos geopolíticos no Oriente Médio é um exercício traiçoeiro”, escreveram analistas da Yardeni Research após os ataques. “No entanto, o mercado de ações israelense sugere que podemos estar testemunhando uma transformação radical do Oriente Médio, agora que o Irã foi desnuclearizado.”
O principal índice acionário de Israel, o TA-125, atingiu o maior nível de sua história após os bombardeios.
Mercado de trabalho e auxílio-desemprego nos EUA
Em meio a esse cenário, o mercado de trabalho dos EUA dá sinais de perda de força, mesmo com pressões inflacionárias que parecem prestes a crescer. Os números das solicitações de auxílio-desemprego, que serão divulgados na quinta-feira (26), serão considerados no relatório mensal de emprego do Departamento do Trabalho, referente a junho.
Até agora, esses relatórios têm apontado para um mercado de trabalho mais fraco, embora ainda resiliente, com a taxa de desemprego em um patamar relativamente baixo, de 4,2%, enquanto membros do Fed seguem atentos a sinais de deterioração. Os números das solicitações de auxílio-desemprego serão considerados.