Negociadores seniores dos EUA e da China vão se reunir em Estocolmo na segunda-feira (28) para discutir disputas econômicas. O foco do encontro será estender a trégua que tem mantido tarifas mais elevadas sob controle, em meio à guerra comercial entre os dois países.
A China tem até 12 de agosto para firmar um acordo tarifário duradouro com o governo do presidente Donald Trump. Em junho, Pequim e Washington fecharam um acordo preliminar para conter semanas de escalada nas tarifas “olho por olho”, segundo o Investing.
Sem um acordo definitivo, cadeias globais de suprimentos podem enfrentar nova turbulência, diante da possibilidade de aplicação de tarifas superiores a 100%.
As negociações serão lideradas pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e pelo vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng. O encontro em Estocolmo acontece um dia após a reunião entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e Trump, em um campo de golfe na Escócia. Essa reunião visa fechar um acordo que pode resultar em uma tarifa básica de 15% sobre a maioria dos produtos da União Europeia.
Analistas comerciais de ambos os lados consideram improvável que as conversas na capital sueca tragam avanços significativos. No entanto, o encontro pode evitar uma escalada maior e criar as condições para que Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, se reúnam ainda este ano.
Impacto das negociações anteriores entre EUA e China
Negociações anteriores entre EUA e China, realizadas em Genebra e Londres em maio e junho, focaram na redução das tarifas retaliatórias de três dígitos impostas por ambos os lados. Além disso, discutiram-se medidas para restaurar o fluxo de exportações chinesas de minerais de terras raras e de chips de IA H20 da Nvidia e outros produtos interrompidos pelos Estados Unidos.
Até o momento, as negociações não avançaram em temas econômicos mais amplos. Entre eles estão as queixas dos EUA sobre o modelo estatal chinês, orientado para exportações e acusado de inundar o mercado global com produtos baratos. Do lado chinês, há críticas aos controles de exportação dos EUA, sob justificativa de segurança nacional, que estariam limitando o crescimento tecnológico do país asiático.