Os EUA estão a quatro dias de distância da quarta paralisação parcial do governo americano em uma década, com os republicanos da Câmara dos Deputados do país rejeitando preventivamente um projeto de lei bipartidário que avançava no Senado e que financiaria as agências federais norte-americanas até meados de novembro.
Nesse sentido, se o Congresso não conseguir aprovar uma proposta que o presidente Joe Biden possa sancionar até a meia-noite de sábado (30), centenas de milhares de funcionários federais serão colocados em licença de seus cargos. Além disso, uma ampla gama de serviços, que inclui desde a divulgação de dados econômicos até a suspensão de benefícios nutricionais, estará em risco.
Proposta de financiamento do governo
O Senado tomou uma decisão esmagadora, nesta terça-feira (26) com 77 votos a favor e 19 contra para dar início ao debate sobre uma proposta de financiamento do governo que se estenderia até 17 de novembro. A medida ainda autoriza aproximadamente 6 bilhões de dólares para a resposta a desastres domésticos e disponibilizaria mais 6 bilhões de dólares em ajuda à Ucrânia.
Entretanto, os principais republicanos na Câmara dos Deputados rejeitaram a proposta temporária do Senado. Eles argumentam que qualquer medida de financiamento de curto prazo a ser aprovada pelo Congresso, com seu apoio, deve abordar a questão do fluxo de imigrantes através da fronteira dos EUA com o México.
“O projeto de lei do Senado continua financiando o plano de fronteira aberta de Biden. O país quer resolver a questão da fronteira aberta. Precisamos resolver o problema da fronteira aberta”, disse o líder da maioria na Câmara, Steve Scalise, o segundo republicano mais importante da Casa.
No entanto, os republicanos, que mantêm uma estreita maioria na Câmara com 221 assentos contra 212, ainda não apresentaram sua própria proposta para financiar integralmente o governo. Em vez disso, estão buscando aprovar uma série de projetos de lei para o ano fiscal completo, que tem início no domingo.
O presidente da Câmara, Kevin McCarthy, está enfrentando desafios por parte de membros conservadores de seu próprio partido. Eles rejeitaram um acordo que ele havia negociado com o presidente Biden em maio, um acordo que destinaria US$ 1,59 trilhão em gastos discricionários para o ano fiscal de 2024. Esses membros conservadores estão exigindo, em vez disso, cortes adicionais de 120 bilhões de dólares.