Christopher Landau

EUA: vice-secretário de Estado ataca Moraes e fala em ‘ditadura judicial’

As declarações de Landau elevam a tensão entre os dois países, após a sanção imposta pelo governo norte-americano

O minsitro Alexandre de Moraes/ Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O minsitro Alexandre de Moraes/ Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em publicação feita na segunda-feira (4), no X (antigo Twitter), o diplomata acusou Moraes de promover uma “ditadura judicial” no Brasil.

“Os impulsos orwellianos desenfreados do ministro estão arrastando sua Corte e seu país para o território desconhecido de uma ditadura judicial”, escreveu Landau, de acordo com o InfoMoney. Segundo ele, o “suposto crime” de Bolsonaro seria “criticar o ministro Moraes”, o que o magistrado estaria agora tratando como “obstrução da Justiça”.

As declarações de Landau elevam a tensão entre os dois países, após a sanção imposta pelo governo norte-americano contra o ministro Moraes no final de julho, com base na Lei Magnitsky.

A decisão de Moraes, também publicada na segunda-feira, impôs novas restrições ao ex-presidente, que agora cumpre prisão domiciliar. A justificativa para a medida foi o “reiterado descumprimento” das cautelares anteriores, especialmente a proibição do uso de redes sociais, inclusive por intermédio de terceiros.

No último domingo (3), Bolsonaro apareceu em uma chamada de vídeo transmitida durante um ato bolsonarista em Copacabana, organizado por aliados contra o STF e em defesa do ex-presidente. O vídeo foi exibido no perfil do senador Flávio Bolsonaro (PL). Para Moraes, a ação representa uma “manobra deliberada” para burlar as restrições impostas pela Corte.

Imprensa mundial vê escalada Brasil-EUA após prisão de Bolsonaro

A ordem de prisão domiciliar contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada na segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), teve ampla repercussão na imprensa internacional. Os veículos destacaram o impacto da decisão nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, além do envolvimento do presidente norte-americano Donald Trump no caso.

Wall Street Journal classificou Bolsonaro como um “incendiário de direita” e destacou que ele “tem contado com a ajuda de Trump” enquanto responde a acusações de tentar um golpe militar em 2022.

Segundo o jornal, apesar da pressão de Washington, “os juízes do país apertaram o cerco”, impondo novas restrições, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de acesso à Embaixada dos EUA. As informações foram obtidas pelo InfoMoney.