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Ex-primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe morre após ser baleado

Imagens registradas logo após os disparos mostram o ex-premiê deitado, com as mãos sobre o peito e com a camisa ensanguentada

O ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe morreu, nesta sexta-feira (8), após ser baleado enquanto discursava na cidade de Nara, oeste do Japão. 

Em um país onde mortes por armas de fogo são raras, o atentado que culminou na morte do ex-primeiro-ministro – líder japonês que ficou mais tempo no cargo – chocou a todos. 

Um suspeito foi preso e uma espingarda, apreendida. A polícia encontrou ainda materiais que se assemelham a explosivos na casa dele.

Abe foi atacado por volta de 11h30 no horário local (23h30 de quinta-feira, no horário de Brasília) perto da estação de metrô de Yamato-Saidaiji, onde participava de um ato de campanha eleitoral.

Em imagens registradas logo após os disparos, é possível ver o ex-premiê deitado, com as mãos sobre o peito e com a camisa ensanguentada.

O hospital universitário de Nara, para onde ele foi levado de helicóptero, informou que o ex-premiê tinha dois ferimentos “profundos”, um deles no coração, e já chegou ao local sem sinais vitais.

“Ele estava sangrando muito e, infelizmente, não pudemos salvá-lo”, informou o hospital, em nota, segundo o G1. 

Ainda de acordo com a agência de notícias estatal japonesa “NHK”, aos menos dois tiros foram disparados, e Abe foi atingido duas vezes, uma no peito e outra, no pescoço.

Esposa de Abe, Akie chegou ao hospital no final desta tarde (fim da madrugada desta sexta, 8, no Brasil), pouco antes do anúncio da morte do marido.

Atual primeiro-ministro do Japão e sucessor de Abe, Fumio Kishida chamou o episódio de “ataque imperdoável” e afirmou que garantirá as liberdades e respeito à democracia no país.

“Tenho um grande respeito pelo legado de Shinzo Abe e ofereço minhas condolências. Agora, uma eleição livre e justa é algo que temos que defender acima de tudo”, declarou Kishida. 

Já Hirokazu Matsuno, secretário-chefe do gabinete, afirmou que o ex-premiê foi vítima de “um ato bárbaro absolutamente imperdoável”. 

Ainda não se sabe ao certo, mas o oficial do corpo de bombeiros local, Makoto Morimoto, disse que Abe sofreu uma parada cardiorrespiratória, mesma informação divulgada pela “Kyodo News”, enquanto a NHK falou em “insuficiência cardíaca”. 

Ex-integrante da Marinha do Japão, suspeito é detido

Um homem de 42 anos foi detido como suspeito do atentado a Abe. De acordo com a imprensa japonesa, o atirador é um ex-integrante da Marinha do Japão.

A NHK informou que o suspeito foi identificado como Tetsuya Yamagami, que disse à polícia que estava insatisfeito com Abe e queria matá-lo. A polícia não confirmou o relato da estatal.

Chefe de governo do Japão a ocupar o cargo por mais tempo

Abe esteve no cargo por oito anos e saiu do poder em setembro do ano passado. Com isso, se tornou o chefe de governo do Japão mais longevo no cargo. Ao renunciar, Abe alegou motivos de saúde. Ele sofre de colite ulcerativa crônica, uma doença que já o havia tirado do poder em uma outra ocasião, em 2007.

Abe se tornou conhecido no exterior pela estratégia de recuperação econômica, conhecida como “abenomics”, na qual mesclava flexibilização monetária, grande reativação do orçamento e reformas estruturais.

Porém, sem reformas realmente ambiciosas, o programa registrou apenas êxitos parciais, ofuscados pela crise econômica provocada pela pandemia de coronavírus. Mas mesmo diante da pandemia, manteve o Iene como moeda forte.

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O Japão é o terceiro país mais rico do mundo e o ex-primeiro-ministro tem o respeito e admiração dos seus pares.