Fed de Richmond alerta sobre incertezas econômicas e altas de juros

Para o presidente do Banco Central norte-americano, o Federal Reserve (Fed), de Richmond, Thomas Barkin, a perspectiva de um “pouso suave” para a economia dos Estados Unidos em 2024, que poderia permitir uma flexibilização monetária, está se tornando cada vez mais plausível. No entanto, ele ressalta que importantes riscos podem comprometer esse desfecho para a principal potência global este ano.

“Os gastos do consumidor são responsáveis por mais de 68% da economia [dos EUA], e é difícil defender uma retração enquanto os valores das ações estiverem altos e o mercado de trabalho continuar tão apertado quanto está”, argumentou Barkin em discurso durante evento da Câmara do Comércio de Raleigh, nesta quarta-feira (03). O dirigente ainda destacou a queda nos juros reais de longo prazo, o que pode impulsionar ainda mais a demanda interna, especificamente no setor imobiliário.

Um desses riscos, conforme Barkin, é a possibilidade de a inflação nos EUA se manter acima da meta de 2% estabelecida pelo banco central, ao mesmo tempo em que a economia retarda seu “pouso” devido à resiliência que tem demonstrado nos últimos meses.

“Embora você possa pensar que esse seria um problema de primeira classe, a forte demanda não é a solução para a inflação acima da meta. É por isso que o potencial para aumentos adicionais da taxa de juros permanece na mesa”, alertou o dirigente, que terá direito a voto nas reuniões deste ano do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

Diante da incerteza presente, Barkin argumenta que a política monetária deve evitar uma abordagem automatizada e permanecer atenta aos indicadores econômicos, optando por reduzir os juros somente se houver sinais de que a economia permanecerá estável e a inflação cederá em direção à meta estabelecida.