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Fed: Diretora diz que é cedo para cortes, mesmo com inflação estável

A autoridade reiterou que permanece aberta a apoiar um aumento nas taxas de juros

Na conferência da Associação de Banqueiros Comunitários da Carolina do Sul, nesta segunda-feira (8), a diretora do Federal Reserve (Fed), Banco Central dos Estados Unidos, Michelle Bowman, destacou que a política monetária atual do banco central americano é suficientemente restritiva para reverter a inflação à meta de 2%. 

Durante seu discurso, reiterou que permanece aberta a apoiar um aumento nas taxas de juros, caso o combate à inflação necessite de medidas mais fortes. No entanto, expressou confiança de que o cenário inflacionário segue em direção ao esperado.

“Se a inflação continuar a cair para mais perto do nosso objetivo de 2%, será apropriado iniciar o processo de redução da nossa taxa para evitar que a política se torne excessivamente restritiva”, afirmou a diretora, que tem direito a voto nas reuniões do Fomc.

Ela salientou que este não é o momento adequado para iniciar tal discussão, enfatizando que, atualmente, a oferta e a demanda no mercado de trabalho nos Estados Unidos estão se equilibrando de forma mais satisfatória.

Presidente do Fed de Dallas diz que afrouxamento pode puxar nova alta 

Em paralelo a isso, Lorie Logan, presidente da distrital do Fed de Dallas, alertou durante um encontro da Associação Americana de Economia, no fim de semana, que a falta de aperto suficiente nas condições financeiras pode conduzir a um risco de elevação da inflação, revertendo todo o progresso alcançado até então. “

“Diante do afrouxamento das condições financeiras vista nos últimos meses, ainda não devemos abandonar a possibilidade de outra alta nos juros”, disse ela em seu discurso.

Ela destacou que um risco significativo é que uma flexibilização precoce das condições financeiras poderia estimular uma retomada da demanda.

“As condições financeiras restritivas desempenharam um papel importante no alinhamento da demanda com a oferta e na manutenção das expectativas de inflação bem ancoradas. No entanto, ao longo dos últimos meses, os rendimentos de longo prazo devolveram a maior parte do aperto que vimos em meados do ano passado. Não podemos contar com a manutenção da estabilidade de preços se não mantivermos condições financeiras suficientemente restritivas”, afirma ao falar da recente queda dos rendimentos dos títulos do governo.

Ela destacou que , atualmente, a situação da inflação é consideravelmente mais favorável do que no mesmo período de 2023. No entanto, ressaltou que a missão de restabelecer a estabilidade dos preços ainda não foi finalizada. Ela enfatizou que o desafio atual é concluir o trabalho de assegurar um retorno sustentável da inflação à meta de 2%.