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FED: dirigente diz que desinflação deve seguir acidentada e volátil

“Mais tempo é necessário para discernir se a economia está sustentável e no caminho da estabilidade”, diz Susan Collins

Em evento no Dartmouth Collede, nesta quarta-feira (28), Susan Collins, presidente da distrital do FED (Federal Reserve) de Boston, disse que apesar da forte queda na inflação vista em 2023 sem que a economia americana sofresse, a fase final da desaceleração para a meta de 2% do Fed continuará acidentada.

Em sua concepção, os recentes dados divulgados revelam que a volatilidade da inflação mensal segue elevada e “não se deve tomar decisões a partir de dados lidos individualmente”.

“Mais tempo é necessário para discernir se a economia está sustentável e no caminho da estabilidade”, disse ela. De acordo com o Valor Econômico, Collins disse precisar de mais evidências de que o processo desinflacionário continuará, antes de iniciar a normalização cuidadosa da política monetária

Segundo ela, alguns dos fatores a serem considerados na avaliação do processo rumo ao duplo mandato do FED, sendo eles a estabilidade de preço e pleno emprego, visando que as expectativas de inflação permaneçam bem ancoradas. Bem como, uma moderaçaõ ordenada na procura d etrabalho. 

A dirigente do FED procura, ainda, ver evidências de que o crescimento salarial não está adicionando pressões inflacionárias. Para ela, a ameaça de permanencia da inflação acima da meta de 2% caiu, assim como os riscos para a economia em geral, que estão indo para um melhor equilíbrio. 

“No entanto, um regresso duradouro a uma inflação de 2% exigirá provavelmente um crescimento da demanda mais moderado este ano. E a atual orientação da política monetária é consistente com a obtenção deste resultado. E embora não esteja num caminho pré-definido, ela acredita que provavelmente será apropriado começar a flexibilizar a política mais para o final deste ano”, afirmou a presidente do FED de Boston.

Fed: abordagem para cortar juros deve ser cautelosa, diz dirigente 

O diretor do Federal Reserve (FED), Christopher Waller, instou a adotar uma abordagem gradual e cautelosa para ajustar a política monetária em 2024, dada a persistente incerteza em relação à inflação, apesar dos recentes indicadores econômicos sólidos.

 “Os dados que recebemos […] reforçaram a minha opinião de que precisamos verificar se o progresso na inflação que vimos no último semestre de 2023 continuará e isso significa que não há pressa em começar a cortar as taxas de juro para normalizar a política monetária”, disse.

Após a última reunião do Fomc, os indicadores econômicos dos EUA superaram as expectativas, com um PIB real robusto no quarto trimestre e um aumento expressivo no número de empregos em janeiro. No entanto, Waller destacou que é prematuro afirmar com confiança que a inflação está rumando de forma sustentável para a meta de 2% do FED. Ele expressou preocupação com o risco de uma flexibilização prematura resultar em uma ressurgência inflacionária.

Waller enfatizou que, embora a economia e o mercado de trabalho estejam robustos, a FED não está sob pressão para reduzir as taxas de juros. Ele argumentou que o risco de esperar um pouco mais para ajustar a política monetária é menor do que o de agir precipitadamente e possivelmente prejudicar os progressos alcançados na inflação. Além disso, Waller minimizou o risco de esperar muito tempo para agir e empurrar a economia para uma recessão.