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Fluxo do comércio global cai 1,6% em outubro

Ataques no Mar Vermelho colocam em risco o fluxo do comércio global

Em outubro, os fluxos de comércio global declinaram, revertendo a tendência positiva dos dois meses anteriores. O indicador de fluxos de comércio de bens do Wall Street Journal, divulgado na última terça-feira (2), registrou uma queda de 1,6% em relação a setembro, ajustado para a leitura.

Este declínio evidencia a persistente fragilidade na demanda global por bens, enquanto os consumidores direcionam suas preferências para serviços, setor que se viu restrito durante o período mais agudo da pandemia de covid-19.

A demanda dos consumidores foi ainda mais afetada pelo aumento dos preços e pelos custos mais elevados de financiamento, o que contribui para um cenário de retração nos fluxos comerciais globais.

Ataques no Mar Vermelho colocam em risco o fluxo do comércio global

Armadores estão demandando proteção militar reforçada nas rotas marítimas do Oriente Médio após ataques recentes no Mar Vermelho, levantando preocupações sobre a interrupção do comércio global, especialmente no fornecimento de energia. Os Estados Unidos confirmaram ataques a um navio de guerra e três embarcações comerciais na costa do Iêmen, suscitando temores de ampliação das ações dos rebeldes houthis, apoiados pelo Irã, em resposta ao conflito na Faixa de Gaza.

Jacob Larsen, da Bimco, entidade que representa armadores globais, destacou a necessidade de “mais recursos militares” após os ataques, indicando a escassez de proteção nas rotas marítimas. Jake Sullivan, assessor de Segurança Nacional dos EUA, mencionou a possível formação de uma força-tarefa marítima para garantir a passagem segura de navios pelo Mar Vermelho.

A situação representa uma nova ameaça ao transporte marítimo, podendo afetar desde o petróleo até outros produtos comerciais. Especialistas alertam para riscos subestimados no mercado, principalmente na região do Mar Vermelho e do Golfo Pérsico, onde o conflito na Faixa de Gaza pode impactar a infraestrutura energética e as rotas marítimas.

Desde 2019, ataques no Oriente Médio, com envolvimento de houthis e outros apoiados pelo Irã, têm se intensificado, resultando em apreensões de navios petroleiros e ações clandestinas. Esse contexto levanta preocupações sobre a segurança no Estreito de Ormuz, vital para as exportações de petróleo e gás, representando cerca de 40% do comércio global de petróleo e uma rota crucial para o transporte europeu.

Armadores buscam rotas alternativas, embora mais custosas e seguras, enquanto clamam por proteção naval adicional na região. Seguradoras já aumentaram taxas de seguro e medidas de segurança foram reforçadas, porém, para certos produtos, não há alternativa viável além da passagem pelo Mar Vermelho.

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