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George Soros: civilização pode não sobreviver à guerra na Ucrânia

Bilionário afirmou, em Davos, que conflito pode iniciar próxima guerra mundial

O bilionário húngaro-americano George Soros indicou que a civilização “pode não sobreviver” ao conflito da Rússia contra a Ucrânia.

Em seu tradicional discurso realizado para jornalistas em Davos, em paralelo ao Fórum Econômico Mundial, Soros alertou os riscos para uma possível terceira guerra mundial, mas considerou que a Europa poderia estar em “uma posição mais forte” em relação ao gás russo.

Durante sua declaração, o filantropo focou nas atuações do presidente russo, Vladimir Putin, e do presidente chinês, Xi Jinping, no conflito.

De acordo com Soros, os dois países são “a maior ameaça à sociedade aberta”, liderados por líderes que insistem em “erros incompreensíveis”.

“A melhor e única maneira de preservar a nossa civilização é derrotar [o presidente russo Vladimir] Putin o mais rápido possível”, afirmou Soros.

O empresário também alegou que o conflito é resultado de uma criação proposital da Rússia, que, anteriormente, aumentou seu estoque de gás, e se recusou a enviar o produto aos demais países do continente europeu, o que intensificou os problemas atuais.

“Putin está em uma crise, e de uma maneira ou de outra conseguiu aterrorizar a Europa […] Tem que fazer algo com esse gás, e o único lugar que pode absorvê-lo, porque há gasodutos, é a Europa”, explicou Soros.

Além disso, o investidor alegou que o presidente russo, apesar de praticar um plano previamente elaborado, está seguindo um caminho errado que terá fortes consequências. 

“Acredito que Putin é muito inteligente e está fazendo uma espécie de chantagem à Europa ameaçando cortar o gás. Mas, na verdade, seu caso não é tão sólido como pretende”, afirmou o bilionário. Por fim, Soros também chamou Putin e Xi Jinping de “os dois ditadores”.
 

Soros alertou que guerra pode ser distração para outros problemas humanitários 

Segundo Soros, os desdobramentos da guerra na Ucrânia têm atraído toda a atenção dos órgãos governamentais, o que pode estar intensificando outros potenciais problemas no mundo. 

“Outras questões que preocupam toda a humanidade, como combater pandemias e mudanças climáticas, evitar guerra nuclear e manter instituições globais, tiveram que ficar em segundo plano por conta da guerra”, disse o investidor. 

Ademais, o bilionário também afirmou que “quando a guerra acabar, o que eventualmente vai acontecer, nós nunca voltaremos ao ‘status quo’ de antes”. 

O empresário ainda culpou a política da ex-chanceler alemã, Angela Merkel, pela dependência da Europa sobre hidrocarbonetos russos.

A acusação do bilionário aconteceu após as dificuldades da UE (União Europeia) em chegar a um acordo sobre um novo pacote de sanções contra a Rússia. 

As declarações foram reportadas previamente para Mario Draghi, primeiro-ministro da Itália, mas Soros disse que ainda não recebeu uma resposta sobre seus posicionamentos.

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