O Goldman Sachs revisou sua previsão para o início do ciclo de cortes de juros do Federal Reserve (Fed), movendo-o do quarto para o terceiro trimestre de 2024. O relatório recém-publicado, assinado pelos economistas-chefes para os EUA do banco, David Mericle e Manuel Abecasis, ressalta que essa mudança não representa uma alteração fundamental na visão do banco, mas sim uma resposta à desaceleração mais significativa da inflação do que o previsto.
De acordo com o texto, as condições para o primeiro corte do Fed serão atendidas mais cedo do que inicialmente estimado pelo Goldman, devido à desaceleração da inflação. Ainda assim, a projeção do banco permanece bastante conservadora em comparação com as expectativas do mercado, que apontam para o primeiro corte entre março ou maio do próximo ano.
Os economistas do Goldman enfatizam a complexidade em prever o momento exato do primeiro corte de juros, destacando que mesmo pequenas surpresas no comportamento da inflação poderiam modificar o cronograma delineado anteriormente. Essa incerteza reforça a cautela e a dificuldade em precisar com exatidão quando o Fed implementará sua primeira redução de juros.
Fed deve minimizar expectativa de corte de juros na próxima semana
O mercado de trabalho dos EUA surpreendeu positivamente em novembro, com a criação de 199.000 vagas de trabalho urbano, acima da projeção de 190.000 da Dow Jones e do resultado de 150.000 de outubro.
A remuneração média por hora trabalhada, um indicador-chave da inflação, registrou um aumento de 0,4% no mês e de 4% no acumulado do ano, mantendo-se em linha com as expectativas.
Os analistas da Evercore ISI avaliam que esse relatório contraria a especulação exagerada em torno de um iminente corte de juros já em março, o que tende a influenciar os membros do Fed a reduzirem suas projeções de cortes, estimados em 24, durante a próxima divulgação do Sumário de Projeções Econômicas.
Dentro do panorama de empregos, o setor de saúde se destacou, gerando 77.000 novas vagas, seguido pelo governo (49.000), manufatura (28.000) e lazer e hospitalidade (40.000).
Os analistas reafirmam sua posição, destacando sua aposta anteriormente divulgada sobre a postura do Fed. Eles enfatizam a probabilidade de uma demora por parte do Fed em implementar cortes de juros, destacando a necessidade de observar mais evidências de uma desaceleração econômica sustentada antes de tomar medidas, a fim de evitar um alívio financeiro rápido e excessivo no curto prazo.