O chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, aceitou cessar o motim iniciado na última sexta-feira (23) após negociações com a Bielorrússia, informou a cidade de Minsk. Segundo as autoridades bielorrussas, os rebeldes anunciaram o retorno para os quartéis na noite deste sábado (24) “para evitar um banho de sangue”.
O líder do Grupo Wagner acabou aceitando uma proposta do presidente bielorusso Aleksandr Lukashenko para interromper o movimento de seus homens armados na Rússia e outras medidas para diminuir a escalada.
“Nesta manhã, Vladimir Putin, presidente da Rússia, informou seu colega bielorusso sobre a situação no sul da Rússia com a empresa militar privada Wagner. Os chefes de Estado concordaram sobre ações conjuntas”, afirmou Minsk em comunicado.
Pelo acordo, o Kremlin garante a segurança dos integrantes do Grupo Wagner, desde que os comboios rumo a Moscou retornem para de onde vieram.
Moscou tem segurança reforçada em meio a motim do Grupo Wagner
Moscou teve a sua segurança reforçada neste sábado (24) em meio ao motim do Grupo Wagner, que tomou a cidade de Rostov-on-Don e chegou a Voronezh. O prefeito da capital russa, Sergei Sobyanin, declarou o regime de “operação antiterrorista”.
Em comunicado, o prefeito ainda declarou a próxima segunda-feira (26) como dia não útil, com exceção de autoridades e empresas de ciclo contínuo, complexo militar-industrial e serviços urbanos.
“Peço-lhe que se abstenha de viajar pela cidade o máximo possível. É possível bloquear o tráfego em determinados quarteirões e em determinadas estradas. Informe o 112 sobre emergências e incidentes em tempo hábil”, pediu Sobyanin.
Segundo a agência “Reuters”, soldados russos teriam posicionado uma metralhadora na periferia de Moscou. Além disso, a Praça Vermelha foi fechada por policiais.
Além disso, de acordo com a agência estatal de notícias russa, a “TASS”, as estradas que chegam a Rostov estão bloqueadas. Policiais armados estão se reunindo no ponto onde a rodovia M4 – por onde os mercenários amotinados de Wagner estão se movendo – chega à capital russa.
Na última sexta-feira (23), o Grupo Wagner, antes aliado de Vladimir Putin na invasão da Ucrânia, acusou o governo da Rússia de atacar acampamentos da organização e prometeu retaliações.