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Guerra na Ucrânia completa um ano com impactos na economia

Os conflitos prejudicaram processos de produção, logística e abastecimento

A Guerra entre Rússia e Ucrânia completa um ano nesta sexta-feira (24) e, até o momento, ainda não há nenhuma sinalização de cessar-fogo. 

Os conflitos prejudicaram processos de produção, logística e abastecimento – especialmente na Europa -, com consequente inflação e avanço nos preços de itens básicos.

A economia brasileira, por outro lado, reagiu bem aos impactos da guerra. No último ano, a balança comercial brasileira teve um resultado positivo e registrou um superávit recorde de US$ 62,3 bilhões, 1,5% maior que o registrado em 2021.

Isso porque as barreiras impostas por sanções econômicas contra a Rússia fizeram os países rearranjar suas fontes para importação de commodities, o que acabou beneficiando o Brasil. 

Com isso, o país ampliou sua área produtiva de trigo e viu a exportação de milho disparar – os dois grãos estão entre as principais commodities exportadas pela Ucrânia.

Como conflito impactou mercados

O conflito levantou o temor de desabastecimento de insumos produzidos por ambos os países. Combustíveis e commodities agrícolas foram alguns dos mercados mais impactados pela crise.

A invasão à Ucrânia acabou por estressar ainda mais essa perspectiva, principalmente porque a Rússia é um dos principais produtores de fertilizantes e matérias-primas para a sua produção no mundo.

O receio de que houvesse baixo escoamento ou um aumento do custo desse tipo de produto fez os preços das commodities agrícolas aumentarem ainda mais, sob o risco de que as margens de lucro dos produtores se reduzissem.

Somado ao risco de escassez de fertilizantes, o preço das commodities também se viu impactado pelo próprio risco de diminuição do fluxo de alguns alimentos. 

Rússia e Ucrânia também são grandes exportadoras de grãos, como o milho. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA, a Ucrânia foi o sexto maior produtor de trigo na safra 2021/2022, enquanto a Rússia ocupou o quarto lugar.

No Brasil, as empresas ligadas ao setor de commodities se privilegiaram pela quebra da cadeia logística causada pela guerra. Além disso, a retomada econômica influenciada pela vacinação contra a Covid-19 e pela diminuição de medidas de lockdown fizeram com que o setor tivesse bom desempenho.

O principal receio do mercado brasileiro de commodities agrárias com o início da guerra era a diminuição do suprimento de fertilizantes. O País é dependente de importações para cobrir a demanda interna.

Além de ser uma das principais produtoras desse tipo de insumo no mundo, a Rússia também é um dos principais exportadores dele para o Brasil.

O aumento do preço do barril de petróleo também fez aumentar o lucro de empresas relacionadas ao setor. O caso mais emblemático é o da Petrobras, que viu lucros recordes em 2022. 

No segundo trimestre do ano passado, após a invasão, a empresa viu seu lucro líquido chegar a R$ 54,330 bilhões. O aumento foi de 21,9% comparado ao período anterior e de 26,8% ao mesmo trimestre de 2020.

Guerra provocou milhares de vítimas

Milhares de vidas foram ceifadas com o conflito e milhões de pessoas tiveram de deixar suas casas para tentar se refugiar em outros países. 

De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 7 mil pessoas foram mortas. 

Após um ano, o conflito vivencia um momento de impasse. 

“A guerra de atrito significa que nenhum das partes envolvidas tem condições de vencer a outra. Então, é uma guerra de desgaste. Avanços, recuos de parte a parte e aumento de número de mortos. Essa guerra de atrito significa também que, hoje, ninguém vislumbra uma vitória plena de algum dos lados”, disse Reginaldo Nasser, professor de relações internacionais da PUC-SP, segundo o “Poder 360”. 

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